CDU acusa Rio de tomar “posição política e preferências pessoais” em nome do município
A vereadora da CDU apresentou um voto de repúdio, na reunião do executivo desta segunda-feira, depois do comunicado publicado nas redes sociais da autarquia, relativo ao encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital de Braga.
Em causa está a referência ao facto de o Hospital ter sido “recentemente renacionalizado”. “Considera-se que, caso a Parceria Público-Privada (PPP) estivesse ainda em vigor, os mecanismos de negociação e as balizas de enquadramento legal porventura a estabelecer entre instituições para resolução deste problema seriam seguramente outras, que a atual administração do Hospital de Braga não tem certamente”, lê-se ainda na nota emitida. Recorde-se que o Hospital de Braga passou, em 2019, a ser uma Entidade Pública Empresarial (EPE).
Bárbara de Barros explica que a CDU também está preocupada com situação, mas não concorda que o município tome “uma posição política e preferências pessoais” quando fala em nome de todos os munícipes. “Parece-nos contraproducente pondo em causa até o SNS”, lamentou a vereadora, lembrando que também a CDU está preocupada “com a falta de recursos que não têm sido alocados ao hospital e que está a dificultar o serviço que tem que ser prestado às populações”.
Ricardo Rio admite que uma PPP “não impediria estes constrangimentos, mas diminuiria as consequências”. “Dotaria a administração do hospital de mecanismos mais ágeis para situações pontuais. As questões estruturais, essas, a parceria não conseguiria resolver”, afirmou. Para o autarca, “durante os últimos anos, houve um subinvestimento no SNS e uma subvalorização dos seus profissionais” e, por isso, o setor público “não consegue competir com o privado, nomeadamente em termos de condições remuneratórias, o que leva ao abandono do setor público”. “Essa é uma questão que tem que ser resolvida não pela administração de um hospital, mas pelo ministério da Saúde”, finalizou o autarca bracarense.
