CDU acusa Câmara de Braga de passar “cheque em branco” à Confraria do Bom Jesus

A Câmara de Braga aprovou, com os votos a favor da coligação de direita e do PS e contra da CDU, o mais recente protocolo entre a autarquia e a Confraria do Bom Jesus do Monte. O assunto foi discutido, esta segunda-feira, na reunião de executivo municipal, que teve lugar na sede da Junta de Freguesia de S. José de São Lázaro, no Edifício Pé Alado.

Em causa está o acordo assinado na semana passada que prevê a atribuição de uma verba anual de 25 mil euros para a conservação e valorização do espaço classificado como Património Mundial. Além da verba fixa, que entra em vigor já em 2022, será atribuído este ano, excecionalmente, um valor adicional de 30 mil euros, tendo em conta as exigências técnicas do Relatório do Estado de Conservação pedido pela UNESCO.


A vereadora da CDU salienta que a confraria é uma entidade privada e que, por isso, deve “arcar com as responsabilidades”, apesar de não se opôr ao “auxílio financeiro a projetos concretos, nos quais se conheça a finalidade do dinheiro”.  No entanto, referindo-se ao apoio anual contratualizado, Bárbara de Barros considera que está a ser passado “um cheque em branco” e “sem termo”.

Em resposta, o presidente da Câmara de Braga admite que o município “não esteve a fazer um custeio ao euro para saber quanto a Confraria do Bom Jesus gasta com as operações de conservação e manutenção”. Ainda assim, atendendo a que se trata de “um bem de todos”, Ricardo Rio argumenta que a autarquia “não podia ficar alheia à responsabilidade” de ajudar a suportar os custos que acarreta o cumprimento dos parâmetros determinados pela UNESCO.

Nesta matéria, o PS mostra-se alinhado com a maioria de direita que governa o executivo. O vereador Artur Feio considera importante “apoiar sobretudo a conservação e manutenção da mata e dos terrenos envolventes”. Por essa razão e reportando a uma medida concreta, sugere “enquadrar e colocar um conjunto de papeleiras ao longo dos escadórios do Bom Jesus”, de modo a combater o lixo gerado naquela zona.

Perante as justificações, Bárbara de Barros lamenta que a Confraria do Bom Jesus não tenha mostrado o mesmo espírito “quando decidiu cobrar unilateralmente a entrada no espaço, através do parque de estacionamento”. “Fica provado que este património não é de todos, como advogam”, sintetiza.

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Tiago Barquinha
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