CDS de Braga acusa MAI de “falha grave” nos compromissos assumidos

A Comissão Política do CDS de Braga acusa o Ministério da Administração Interna (MAI) de “falhar nos compromissos assumidos”. Em causa está a deslocação do helicóptero ligeiro de combate a incêndios sediado em Palmeira, em Braga, para o Centro de Meios Aéreos de Vila Nova de Famalicão. Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a transferência deve-se ao “paraquedismo no aeródromo que compromete o tempo de resposta”.
Em declarações à RUM, Altino Bessa, vereador da Proteção Civil e presidente da concelhia do CDS de Braga, fala em “irresponsabilidade deliberada por parte do MAI”. “Há cerca de três semanas foi apresentado, em Terras de Bouro, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o dispositivo para o distrito de Braga e as sub-regiões, nomeadamente os bombeiros, as viaturas e os meios aéreos. Nessa mesma apresentação, Braga tinha um meio aéreo ligeiro e um pesado”, aponta, salientado que “tudo indiciava que o sistema apresentado era o que iria vigorar durante a próxima época de incêndios”.
Contudo, na véspera da entrada em funcionamento do dispositivo local de prevenção e combate a incêndios, “para surpresa de todos, sem nenhuma negociação nem aviso prévio, a Câmara Municipal de Braga tomou conhecimento, no dia 31 de maio, via telefone por um subcomando, que, afinal, o meio aéreo iria para Famalicão”. Altino Bessa fala de uma “falha grave do ponto de vista institucional”.
Além disso, segundo o vereador, esta decisão pode dificultar o combate a incêndios, nomeadamente no Parque Nacional da Peneda-Gerês. “O helicóptero vai deixar de ter alcance de atuação em muitos territórios da Comunidade Intermunicipal do Cávado, porque deixa de ter alcance em termos de raio e em termos de atuação, deixando aquele território mais desprotegido”, aponta.
“Sempre que há alerta vermelho ou laranja não se regista paraquedismo no aeródromo da cidade”
Sobre a justificação apresentada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Altino Bessa diz que é “mentira” e considera que “não faz sentido”, nomeadamente porque “sempre que há alerta vermelho ou laranja não se regista paraquedismo no aeródromo da cidade”.
“Em 10 anos de executivo registou-se apenas uma incompatibilidade que atrasou o helicóptero 2 minutos”, questão que o vereador diz já ter sido “afinada” e que “não voltou a acontecer”. Altino Bessa ressalta ainda que, seguindo essa linha de pensamento, “deveriam também retirar o meio aéreo pesado que está em Braga”. “Desculpa esfarrapada”, é como descreve a justificação apresentada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
