Candidato do BE quer rede de creches e agência de inovação em Barcelos

Um novo hospital público, uma rede de creches financiada pelo Governo no caso de famílias carenciadas, uma Agência de Inovação e Desenvolvimento, criada em parceria com instituições de ensino superior, ou um metro a ligar o quadrilátero urbano. Estas são algumas das propostas eleitorais do Bloco de Esquerda para Barcelos.
Manuel Carlos Silva, candidato à Câmara Municipal, e José Maria Cardoso, número um na lista candidata à Assembleia Municipal, apresentaram algumas das ideias que o partido defende para o território, na presença da coordenadora naciona do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, esta segunda-feira.
Em entrevista à RUM, Manuel Carlos Silva adiantou que, embora a lista à Câmara ainda não esteja totalmente fechada, nos lugares cimeiros estão Isabel Vale, número dois, e Miguel Martins, independente a ocupar o 3.º lugar, ambos docentes.
Em Barcelos, o professor aposentado da Universidade do Minho quer implementar ideias que vigoram no norte da Europa, nomeadamente “financiamento público” para “famílias carenciadas”, que não tenham possibilidade de pagar a mensalidade da creche. A rede de creches proposta pelos bloquistas pode passa pelo “reaproveitamente de espaços” que existam no concelho, mas o processo, diz Manuel Carlos Silva, “tem que ser analisado com a Segurança Social”.
Na lista de propostas consta ainda a criação de uma Agência de Inovação e Desenvolvimento, “em articulação entre a Câmara e o IPCA e a UMinho, para melhorar um concelho que no quadro da globalização está a perder terreno, porque a indústria têxtil não diversificou”.
Catarina Martins diz que “Manuel Carlos Silva é o melhor tipo de académico, o que sabe ligar a teoria com as lutas das pessoas”
Na mobilidade, a ideia do metro não é uma novidade, mas o candidato voltou a atacar PS e PSD, lamentando que os autarcas do quadrilátero urbano, ou seja, Miguel Costa Gomes (PS), Paulo Cunha (PSD), Domingos Bragança (PS) e Ricardo Rio (PSD) “não tenham a capacidade de se sentarem à mesa e reivindicar junto do poder central” esta ambição antiga. Para o Bloco, trata-se de “uma necessidade” e de um aspeto “central”.
O dossiê do novo Hospital também é antigo. Manuel Carlos Silva acusa o Partido Socialista, atualmente no poder autárquico, de “não se empenhar” e o PSD, que liderou os destinos da Câmara em outros tempos, de “falta de vontade em aproveitar recursos disponibilizados naquele tempo”. “Em termos populacionais justifica um novo hospital público, com mais valências e capacidade, e da parte camarária deve ser disponibilizado o terreno e as infraestruturas, para que, depois, seja realizado com custos do erário público”, acrescentou.
Catarina Martins felicitou o trabalho feito por José Maria Cardoso contra a privatização das águas de Barcelos, “trabalho esse que nos ajudou em todo o país”. A coordenadora do Bloco de Esquerda referiu que “o Manuel Carlos Silva é o melhor tipo de académico, o que sabe ligar a teoria com as lutas das pessoas”.
Catarina Martins tocou nas questões da habitação e dos transportes, sugerindo o uso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção de parques de habitação pública, “garantindo que quem precisa tenha habitação, sendo um investimento recuperável porque, quem vive do seu trabalho nunca se esquece de pagar a renda”.
Manuel Carlos Silva, de 74 anos, aposentado, fez carreira como professor catedrático em Sociologia na Universidade do Minho. Não é novo na corrida autárquica a Barcelos, tendo sido candidato pela CDU em eleições anteriores. Entra, em 2021, na corrida autárquica pelo Bloco de Esquerda, com a ambição de conquistar um lugar inédito na vereação e de aumentar o número de deputados municipais (atualmente são dois).
