Câmara de Guimarães vai contratar dois diretores municipais

O executivo de Guimarães pretende criar a figura do diretor municipal, o cargo mais alto numa câmara a seguir às funções de governação, ou seja, presidente e vereadores. O motivo está relacionado com a descentralização de competências, que leva a “uma maior complexidade” do trabalho efetuado pelas autarquias, segundo Domingos Bragança.
Na reunião de executivo desta quinta-feira referiu que a autarquia vimaranense “deve ser das únicas com este tipo de dimensão que não tem diretores municipais”, contando atualmente com diretores de departamento municipal e chefes de divisão municipal, que estão abaixo na hierarquia.
A proposta será debatida e votada no mês de Junho em reunião de executivo e, posteriormente, em sede de Assembleia Municipal. Numa primeira fase, a ideia passa por contratar dois diretores municipais: um para a área social e humana, como educação, saúde e habitação, e outro para a dimensão operativa, relacionada com a parte financeira e infraestruturas, por exemplo.
Presidente da Câmara Municipal refuta acusações de “mal estar” no seio da autarquia
Apesar de Domingo Bragança garantir que não há qualquer relação, a intenção de criar a figura do diretor municipal foi assumida depois das críticas da oposição sobre um alegado “mal estar” no seio da Câmara de Guimarães, que supostamente tem levado vários funcionários a sair da autarquia.
Com base na recente demissão do arquiteto Filipe Fontes do cargo de chefe do departamento de Urbanismo, Bruno Fernandes, vereador da coligação Juntos por Guimarães, considera que “a estrutura municipal dá sinais de que já não se identifica com aquilo que é a estratégia de quem governa” e alerta que é “preciso valorizar, envolver, acarinhar e ouvir os trabalhadores”.
“Se não houver maior objetividade e concentração naquilo que é essencial, poderemos dar razão àqueles que dizem que o presidente está no último mandato e já não está muito preocupado com o que acontece, que há vereadores que estão mais focados em eleições internas do partido do que em gerir os seus pelouros ou que parte do executivo é jovem e inexperiente e que não tem ganas para poder cumprir aquilo que é a dimensão e responsabilidade dos pelouros”, enumera.
Em resposta, Domingos Bragança afasta o cenário de “mal-estar” e justifica que a saída de funcionários está relacionada com “uma dinâmica que acontece hoje em todo o país e em parte da Europa”. “Há profissionais que que são muito pressionados [devido às condições remuneratórias] para irem para o setor privado e que optam por pedir licenças sem vencimento”, refere o autarca, dando como exemplos as áreas da arquitetura e informática.
