Câmara de Guimarães culpa DRCN por demora na requalificação de Igreja

A Câmara de Guimarães quer ver a Igreja de Serzedelo requalificada e atribui culpas à Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) pela demora na reabilitação.
Classificada como monumento nacional, a Igreja de Serzedelo está para ser reabilitada há quatro anos, altura em que a autarquia assinou um protocolo com a própria DRCN. À época, também a fundação Iberdrola manifestou interesse em contribuir para a requalificação do monumento, dispondo 40 mil euros para o efeito, mas a demora da DRCN para o início das obras levou a que o mecenas tenha abandonado o projeto.
Volvidos quatro anos, a autarquia aprovou esta segunda-feira, em reunião pública de executivo municipal, a renovação do protocolo com a DRCN, não sem antes imputar culpas ao organismo do Estado pelo atraso sobre o arranque das obras no primeiro protocolo.
“Traduzindo as coisas de forma simples, sim, a culpa é da DRCN”, disse o vereador vereador do urbanismo Fernando Seara de Sá aos jornalistas no final da reunião de Câmara, garantindo, ainda assim, que o novo protocolo, com condições contratuais renovadas, “permite ultrapassar as dificuldades”, numa opinião corroborada pelo presidente da Câmara, Domingos Bragança.
“O diretor da DRCN comprometeu-se, neste segundo protocolo, a lançar a obra neste mês de Janeiro”, afirmou o autarca do PS.
As culpas imputadas pela autarquia à DRCN para justificar o atraso na requalificação da Igreja não convenceram a oposição. O vereador do PSD, André Coelho Lima, referiu que o novo protocolo, tal como o primeiro, “representam manobras pré-eleitorais”, recordando que o primeiro passo para a reabilitação da Igreja foi dado pelo próprio município em 2015, aquando de uma reunião descentralizada em Serzedelo.
“Na altura, o presidente da Câmara disse que ia assumir a execução da obra, não obstante à Igreja ser propriedade do Estado. Antes das eleições de 2017 vem o primeiro protocolo, agora, antes das de 2021, vem novo protocolo”, acusou, acrescentando que, no meio de todo o processo, “o património vai-se deteriorando”.
A requalificação da também designada Igreja de Santa Cristina de Serzedelo, considerada um dos mais interessantes núcleos religiosos baixo-medievais do Entre-Douro-e-Minho pela DRCN, terá um custo de 120 mil euros, repartidos por 40 mil da DRCN e 80 mil da autarquia. De acordo com Seara de Sá, os primeiros trabalhos devem incidir sobre o telhado do monumento.
