Câmara de Braga investe 25 mil euros anuais para conservar e valorizar Bom Jesus

Face às condições impostas pela UNESCO a nível paisagístico e arquitetónico, decorrentes do título de Património Mundial, a Câmara de Braga vai passar a apoiar a Confraria do Bom Jesus do Monte em 25 mil euros por ano. O protocolo foi assinado esta quinta-feira, dia em que o santuário celebrou o terceiro aniversário da classificação e o sétimo de elevação a Basílica.

Além da verba fixa, que entra em vigor já em 2022, será atribuído este ano, excecionalmente, um valor adicional de 30 mil euros, tendo em conta as exigências técnicas do Relatório do Estado de Conservação. Enaltecendo a importância do espaço para a cidade, o presidente da Câmara Municipal considera que a autarquia deve assumir uma postura de “co-responsabilização”. Ricardo Rio explica que “não basta atingir o título” e que é necessário fazer “continuamente um trabalho de renovação”.

Já o presidente da Confraria do Bom Jesus do Monte lembra que a inscrição na UNESCO pressupõe “um acompanhamento técnico e científico, que se traduzem em elevados custos e numa maior exigência de recursos”. Através deste protocolo “histórico”, o cónego Mário Martins prevê alocar a verba a dimensões como o ordenamento do território, a prevenção de incêndios, sobretudo na Zona de Proteção Especial do Santuário, e a promoção cultural e turística. 


O apoio ao nível técnico da pressão urbanística e a criação de uma ‘via verde’ nos serviços municipais para os projetos de intervenção no Santuário do Bom Jesus que obriguem a parecer por parte das entidades competentes fazem igualmente parte do acordo.

Em contrapartida, a confraria passa a apoiar a divulgação e comunicação de iniciativas de interesse turístico e cultural promovidas pela autarquia, a disponibilizar um espaço para exibição de material de promoção turística do Município de Braga, espaços para a realização de iniciativas e apoio à candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura 2027, através da realização de ações conjuntas. Além disso, a autarquia tem agora assento no Conselho Geral do Santuário do Bom Jesus do Monte.



Fundos europeus podem servir como apoio extra


Para o arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, este modelo colaborativo trata-se de “um feliz caminho de cooperação”, na prossecução de “um bem comum da cidade, da região e da humanidade”. A diretora regional de Cultura do Norte partilha da mesma ideia e vê com “bons olhos” a assunção de responsabilidades por parte da autarquia, lembrando que “nem sempre existem estruturas próprias dentro dos patrimónios capazes de fazer o trabalho de preservação”.

Com os fundos europeus a caminho, Laura Castro perspetiva que possa ser um apoio extra para espaços como o Bom Jesus do Monte. “Do ponto de vista mais local, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte prevê a publicação de avisos específicos para o património cultural e para a cultura e ainda avisos ligados à contratualização de acordos com as câmaras e as comunidades intermunicipais, nos quais a cultura está inscrita”, exemplifica.

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Tiago Barquinha
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