“Público não tem receio de regressar às salas de espectáculo”

Apesar das regras a que as salas de espectáculo estão sujeitas, devido à pandemia causada pela Covid-19, como o uso obrigatório de máscara, lugares marcados ou vias de entrada e saída, o público parece estar a reagir bem.
Hugo Loureiro, Álvaro Santos, José Manuel Gomes e Rui Torrinha juntaram-se no Café Concerto RUM by Mavy, esta quarta-feira, para a terceira e penúltima tertúlia da Rádio Universitária do Minho, no âmbito das comemorações dos 31 anos de emissões legais.
“Foi excelente não só para o público, mas também para os artistas”
Theatro Circo, Casa das Artes e Centro Cultural Vila Flor (CCVF) já retomaram actividade, ainda que a programação exija alguns ajustes. A retoma cultural, dizem, está a correr bem e, em alguns casos, superou as expectativas.
Por exemplo, no CCVF “há espectáculos que vão ser repostos, porque mais do dobro do público que quis aceder não conseguiu”. Rui Torrinha garante que o regresso “foi excelente não só para o público, mas também para os artistas”. “Acho que houve alguma emoção entre os artistas, porque alguns deles eram os primeiros concertos que estavam a dar”, descreveu o programador, realçando ainda a compreensão dos espectadores que, por limitação do espaço, não conseguiram assistir aos espectáculos.
Em Vila Nova de Famalicão, diz Álvaro Santos, o público da Casa das Artes está “muito à vontade e cumprem as regras”. “O público não tem receio de regressar às salas”, frisou.
“Tivemos números muito acima do que estávamos a considerar”
Em Braga, a resposta também parece ser positiva. Hugo Loureiro integra a equipa de programação do Theatro Circo, que sentiu “uma boa resposta” do público na reabertura de portas. “Tivemos números muito acima do que estávamos a considerar, mas o objectivo a partir de Setembro é avançar para outro tipo de dinâmica”, assegurou.
Por enquanto, a estratégia da sala bracarense passou pela retirada “de uma parte do panejamento”, sendo que os concertos decorrem com as portas abertas, permitindo a quem passa no exterior perceber o que decorre no Theatro . Isso, diz Hugo Loureiro, intensifica a “oportunidade” para quem assiste “de estar no mesmo espaço que os artistas”.
Dos quatro espaços, apenas os Banhos Velhos decidiram adiar a programação deste ano para 2021.
José Manuel Gomes assumiu que a organização ainda ponderou “adiar durante um mês ou dois”, prolongando a programação até Outubro ou Novembro, mas acabou por não querer “desmembrar a agenda” habitual. A comemoração dos dez anos do espaço artístico localizado na vila vimaranense de Caldas das Taipas fica, assim, adiada para o próximo ano. “Tudo o que tínhamos para agora irá acontecer em 2021″, assegurou José Manuel Gomes. Recorde-se que Manel Cruz é um dos nomes que se junta aos Banhos Velhos no próximo ano.
