“Braga gera oportunidades para migrantes” mas há muito a melhorar

Assinala-se hoje, dia 18 de Dezembro, o Dia Internacional dos Migrantes e a responsável do Centro Local de Apoio e Integração de Migrantes da Cruz Vermelha de Braga (CLAIM), Sónia Diz, diz que a cidade bracarense “tem gerado oportunidades para os migrantes concretizarem os seus objectivos”, alertando, porém, que há aspectos a melhorar.


À RUM, a responsável sublinha que é necessário derrubar estereótipos e democratizar o acesso ao ensino e ao emprego. “Recebemos muitas pessoas com muitas competências que não são depois rentabilizadas para gerar riqueza e é necessário gerar igualdade de oportunidades”, considera, lamentando que muitos dos migrantes que chegam a Braga ainda só tenham acesso a empregos na construção civil, na restauração ou no trabalho doméstico.


O CLAIM abriu em 2003 e, desde então, já recebeu cidadãos de 45 nacionalidades diferentes em mais de 10.000 atendimentos. A maioria chega do Brasil mas também dos PALOP, Rússia, Ucrânia ou Bangladesh. 


Além do emprego, os cidadãos sentem dificuldades administrativas, no acesso à habitação ou em obter equivalência nos diplomas académicos obtidos nos seus países. Apesar dos entraves, os cidadãos, de um modo geral, sentem-se confortáveis e seguros, sendo aliás essa uma das razões pelas quais Portugal é um país ainda bastante procurado.”Há um ou outro relato de insegurança mas considero, dentro do universo que nos procura, que não é expressivo”, sublinha Sónia Diz.


A responsável alerta, no entanto, para o crescimento do discurso xenófobo no país, situação à qual os migrantes “estão atentos”. “Não há muitos episódios de insegurança mas poderá ser um fenómeno em crescendo se o discurso não for travado”, aponta, avisando que “num momento como o que se vive, de pandemia e de contracção económica, há a tendência para se ficar mais reticente na aceitação de outro”.

No Dia Internacional do Migrante, a Organização Internacional para as Migrações recordou hoje o papel desempenhado por estes cidadãos na luta contra a covid-19, defendendo que estas pessoas não podem ser esquecidas na vida pós-pandemia.

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Pedro Magalhães
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Carolina Damas
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