Braga dá as mãos pela luta contra todos os tipos de violência

“Senta-te e pensa nas vezes que achaste que o teu amor era propriedade tua e o maltrataste”. Esta é uma das frases que faz parte da ação de sensibilização promovida pela PSP, a APAV, o Município de Braga e as freguesias do centro urbano da cidade dos arcebispos: S. Vítor, S. Vicente, a União de freguesias de S. Lázaro e S. João do Souto e a União de freguesias de Maximinos, Sé e Cividade.
A partir desta segunda-feira, estão instalados dois bancos junto ao chafariz da Arcada, onde os cidadãos podem tirar fotografias. Uma forma lúdica de alertar para um problema grave da nossa sociedade. Além disso, as juntas de freguesias irão ajudar a distribuir pulseiras “Conecta-te ao Amor”.
A pensar nos mais novos, estas pulseiras funcionam com tecnologia NFC. Basta passar a pulseira junto ao telemóvel e terão acesso a uma página onde encontram dados estatísticos, conselhos e números de apoio em caso de violência.
“Não nos podemos alhear deste fenómeno”, frisa a vereadora com o pelouro da Polícia Municipal no Município de Braga, Olga Pereira. “Não podemos ser cúmplices. Cabe-nos alertar para uma realidade que existe e que temos de combater com todos os instrumentos que temos à nossa disposição”, refere.
Ora, o maior dos instrumentos é a informação. Nesse sentido, o Comando Distrital da PSP de Braga irá, até ao final do mês de fevereiro, percorrer a maioria das escolas secundárias do concelho para sensibilizar os mais jovens para as questões da violência no namoro, no âmbito da campanha “No namoro não há guerra”.
Aos jornalistas, o Comissário da PSP de Braga, Jorge Magalhães, destaca uma parceria com a Escola Alberto Sampaio. Esta terça-feira, 14 de fevereiro, pelas 11h25, será apresentada uma peça de teatro em que o tema principal é a violência no namoro. Segue-se um enquadramento técnico e discussão sobre este crime público com a PSP.
Esta segunda-feira, a PSP já contactou com 570 alunos desta escola, sendo que amanhã irá visitar cerca de 360 estudantes do Sá de Miranda.
Questionado pela RUM sobre a evolução deste crime no concelho, o responsável recorda que os dados não estão fechados, porém, tudo aponta para um aumento na ordem dos 8,5% em 2022 em relação a 2021. Para o Comissário Jorge Magalhães, a “boa notícia”, pois demonstra uma maior proatividade das autoridades está relacionado com o aumento das detenções em flagrante delito em 9,5% e com recursos a mandatos judiciais de 28,5%.
Já a gestora do Gabinete de Apoio à Vítima de Braga, Marta Mendes, realça que o número de novos casos estagnou, em sentido contrário, têm crescido os acompanhamentos. A responsável frisou também a relevância de sensibilizar os jovens para os malefícios da internet, visto que têm surgido vários casos em que são divulgados conteúdos, como fotos ou vídeos íntimos, que acabam por ter um grande “impacto na vida da vítima, familiares e comunidade”.
Os presidentes das juntas de freguesias do centro urbano concordam que este é o momento de unir esforços para dizer basta a este fenómeno que atravessa todos os estratos sociais.
