Braga Ciclável quer ciclovias inseridas no projeto do BRT. CMB diz que estão a ser estudadas à parte

A Braga Ciclável quer que se cumpra o Plano Diretor Municipal (PDM) e se contemplem ciclovias na inserção urbana do BUS Rapid Transit (BRT). Por outro lado, o município de Braga explica que o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não contempla a inclusão de ciclovias.
O presidente da Braga Ciclável, Mário Meireles, explica à RUM que, após consultar os documentos de base para a elaboração do estudo prévio, verificou que as ciclovias não estavam comtempladas nos desenhos preliminares do projeto. “As avenidas do projeto estão no PDM como passando a incorporar a rede ciclável. E é isso que pedimos: que se cumpra o PDM e que o estudo prévio se faça, considerando que essas avenidas, ao serem reorganizadas, terão também de incluir ciclovias”, adverte.
O presidente da associação considera ainda que a introdução de ciclovias em todas as avenidas por onde vai passar o BRT vai permitir “maior liberdade de escolha e a utilização de modos de transporte sustentáveis”. Mário Meireles acredita que as atuais avenidas tornam a utilização do carro quase que uma obrigação, porque “há um grande risco de ser atropelado” ao andar a pé ou de bicicleta. Com essa integração, ciclovias sem efeito de rede com 11 quilómetros passariam para uma rede ciclável com 22 quilómetros.
Contactada pela RUM, a vereadora da Mobilidade no município de Braga, Olga Pereira, explica que o financiamento aprovado serve apenas para o BRT e, portanto, não inclui as ciclovias.
“Não há nenhum financiamento no âmbito do PRR para financiar ciclovias, mas isso não invalida que o município de Braga não esteja a acompanhar todo o processo para perceber os locais onde existem condições para vir a ter percursos cicláveis e ciclovias dedicadas. É nisso que estamos a trabalhar”, adverte a vereadora.
A construção do sistema de BRT em Braga deverá arrancar no primeiro semestre de 2025. O projeto vai ligar o centro da cidade e a estação ferroviária a diversos polos geradores de tráfego: a Linha Amarela até à Avenida Robert Smith (sudeste da cidade), com 6 km de extensão e 10 estações, e a Linha Vermelha até ao Hospital de Braga (nordeste da cidade), com 6,2 km e 10 estações, incluíndo a aquisição de dez autocarros descarbonizados.
