Braga Ciclável lança petição para travar “já” a sinistralidade na cidade

A Associação Braga Ciclável pretende que o município reduza no imediato a velocidade máxima das principais artérias da cidade de 70 para 50Km/H. É uma das sugestões na petição agora lançada, e que a estrutura pretende levar a discussão à Assembleia Municipal neste primeiro trimestre de 2025.

Mário Meireles, presidente da associação, explica que depois de uma carta aberta por maior segurança nas avenidas e ruas de Braga, à qual “o município não respondeu”, a estrutura considerou relevante seguir em frente lançando uma petição com um conjunto de “medidas rápidas”, que espera que sejam acatadas, a começar pelas artérias com maior tráfego rodoviário, nomeadamente a Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, Miguel Torga, Francisco Salgado Zenha, General Carrilho da Silva e António Macedo e São Bento. 

“Há o fator velocidade que torna tudo muito mais grave e desastroso

O ativista considera que “em plena cidade não faz sentido ter a sinalização de 70Km/h, e a primeira proposta é trocar esta sinalização para 50Km/h”. No imediato, “a colocação de radares fixos e móveis nestas avenidas resultaria no cumprimento dos limites de velocidade, pelo menos a maior parte das pessoas”. Ainda assim, acrescenta, “consideramos que a colocação de semáforos com sensores de limite de velocidade e a substituição de todas as passagens aéreas e subterrâneas por passagens ao nível do solo que sejam semaforizadas podem aumentar a segurança e a redução da velocidade”. Ainda nestas zonas, os separadores centrais de arbustos “devem ser todos retirados porque em caso de despiste em sentido contrário, a pessoa não consegue percecionar que o carro entrou em despiste e não tem qualquer tipo de tempo de reação, quando com campo de visão livre, há tempo para reagir e há uma perceção maior da presença dentro de uma cidade”, esclarece.

Já a longo prazo, as passagens desniveladas em cruzamentos e avenidas “deviam deixar de existir para retirar o convite à aceleração dos carros”.

Nos projetos nas avenidas devem ser “introduzidas as ciclovias e garantir que nas restantes ruas exista um limite de 30Km/H com medidas de acalmia, nomeadamente sobrelevar as passadeiras, redução de largura nas zonas de cruzamento” até porque por vezes, as ruas “demasiado largas” resultam em estacionamentos indevidos em faixas de rodagem, refere.


“Há uma falta de segurança que é percecionada pela população e é verificada nos dados de sinistralidade que temos”.

As frentes escolares não devem ter veículos automóveis, sustenta ainda a mesma petição. Mário Meireles admite que neste ponto se justifica “um redesenho caso a caso, mas é possível”. Além de salvaguardar a saúde dos alunos, seria possível reduzir os níveis de poluição.

“A maior parte das medidas são imediatas, outras levariam algum tempo, mas são exequíveis”, conclui.

Com mais de cem assinaturas a petição já pode ser discutida em plenário, mas a Associação Braga Ciclável pretende mais tempo para que a população conheça as propostas e as razões.

Entre 2000 e 2024, o concelho de Braga registou 3078 atropelamentos, a maioria (85%) dentro das quinze freguesias que compõe a cidade. Olhando apenas para as quatro freguesias e uniões de freguesia com centro histórico, 64% dos atropelamentos registam-se aí, o que na opinião de Mário Meireles comprova que “o problema existe na cidade” e “é preciso evitar estes sinistros”.

Há uma semana, no decorrer da reunião de executivo, e confrontado novamente com o tema da sinistralidade rodoviária em Braga, o presidente do município, Ricardo Rio, confirmou que a autarquia pretende contratualizar um estudo dedicado à segurança rodoviária no concelho.

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Elsa Moura
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