Bracarense lidera estrutura governativa mundial com ‘missões’ à Ucrânia, Palestina e Venezuela

A União Internacional da Juventude Socialista (IUSY Global) vai levar a cabo um conjunto de missões políticas incluindo à Ucrânia, à Palestina, e à Venezuela para auscultar os jovens destes países e perceber o que é que a união pode fazer por eles. Esta é uma das premissas de Bruno Gonçalves, natural de Braga, para o novo mandato de secretário geral da IUSY Global, ele que ao fim de dois anos percebe “que o mundo é bem diferente da construção que tinha”.

Na última noite, em entrevista ao Campus Verbal,  o antigo aluno da UMinho Mestre em Engenharia Mecânica, de 26 anos, explicou algum do trabalho desenvolvido pela IUSY Global, que vai liderar até 2025. Trata-se da maior organização política do mundo, constituída por 167 organizações de mais de 115 países. 

No dia 24 de agosto, a IUSY vai estar numa missão à Ucrânia, no âmbito do dia da Independência. A Internacional das Juventudes Liberais vai juntar-se, a convite, para o desenvolvimento conjunto de esforços tendo em vista “a construção de um país democrático pós-guerra e a reconstrução das juventudes no país”. “Não podemos permitir que a Ucrânia seja algo que não uma democracia e não podemos permitir que esta guerra continue”, avisa.

Entre os principais desafios desta estrutura internacional está “a luta pela democracia”, trabalho que vem desenvolvendo desde a sua génese, há 115 anos. Com sede em Viena, na Áustria, a IUSY Global está representada em todos os continentes.  

“Tivemos e ainda estamos em diferentes países que viveram ou vivem a transição democrática”, explica, acrescentando que, ainda que nos últimos vinte anos a globalização tenha permitido um grande desenvolvimento, continua a exigir-se um esforço coletivo para o qual a IUSY olha com responsabilidade. “Infelizmente ainda não conseguimos globalizar a solidariedade, globalizar valores e globalizar o mundo que deve ser cada vez mais fraterno e aí que eu acho que a IUSY tem uma grande missão, no campo pedagógico e depois no campo de ação, na luta pela democracia”, argumenta.

“Fico muito triste quando a UE ainda não consegue avançar para o reconhecimento do Estado Palestiniano, e aquilo que por exemplo a enviada da EU fez também na Suazilândia [África do Sul] pedindo aos que se manifestavam contra a ditadura para acalmarem e terem algum senso nos protestos é algo que só nos pode deixar indignados, apesar de se ter retratado quando enviamos uma carta à Comissão Europeia”, exemplifica.


Bracarense não tem dúvida de que a mudança se faz a partir dos jovens


O conflito israelo-palestino é um dos que mais preocupação tem despertado no seio da IUSY, com várias aproximações e tentativas de apoio e auscultação aos jovens. Bruno Gonçalves assume que há ainda “um caminho longo”, mas que os pequenos progressos se fazem com a intervenção dos jovens.


“Há muito trabalho para fazer e o caso do conflito israelo-palestiniano é um onde nós temos trabalhado muito, trabalhado muito no diálogo entre jovens progressistas israelitas e jovens progressistas palestinianos. Nós levamos, aliás, uma mensagem, eu levei pessoalmente a uma manifestação onde estavam 400 mil pessoas, em Tel Aviv, uma mensagem do presidente do governo de Espanha, Pedro Sánchez, a essa manifestação de solidariedade com as manifestações pró-democracia em Israel, que, parecendo que não, isto demoraria quase outro programa a explicar, estão muito relacionadas com aquilo que é o extremismo que se vai alimentando de cada parte, porque o extremismo em Israel alimenta o extremismo tanto na Cisjordânia como em Gaza e aquilo que nós hoje percebemos é que, apesar de tudo, é dos jovens que está a surgir a mudança”, constata.

A luta climática está no centro da ação da IUSY


A IUSY é também uma organização consultiva das Nações Unidas. Com o planeta a viver o verão mais quente de sempre, a luta climática está também no centro da ação desta estrutura internacional. “Se [a luta climática] não estiver hoje no centro de ação, apesar dos repetidos apelos das Nações Unidas e de diferentes instituições, depois não vale a pena lamentarmos e, portanto, a IUSY estará presenta na próxima COP”, revelou. Já na próxima semana, a organização vai estar na Amazónia para a primeira iniciativa no âmbito da COP, os diálogos amazónicos, que servirão “para perceber como é que o mundo pode cooperar por todas as amazónias que existem no mundo e, depois, perceber que a solidariedade tem que vir com a solidariedade dos povos no combate local e premiar sempre iniciativas políticas”, acrescenta.


Nesta entrevista ao Campus Verbal, a última da temporada [regressa em setembro], o antigo líder da JS aborda ainda a atualidade política nacional e local e assume que pretende regressar, manifestando a sua disponibilidade para dar o seu contributo, seja em Braga como no país, não colocando de parte a possibilidade de integrar uma candidatura do PS nas autárquicas de 2025.

A conotação cada vez mais negativa dos políticos em Portugal exige também uma reflexão. Bruno Gonçalves considera que os partidos ainda não se adaptaram à nova realidade e estão ainda longe de uma comunicação eficiente junto dos portugueses. Defensor do voto a partir dos 16 anos, o jovem militante socialista refere que essa nova realidade aproximaria os jovens da atividade política  e obrigaria as escolas a “formar cidadãos” abrindo-as “à explicação de diferentes modelos políticos” e à importância de votar.


OUVIR ENTREVISTA COMPLETA AO CAMPUS VERBAL

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Elsa Moura
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