BE de Guimarães diz que via de acesso ao AvePark está a “destruir os ecossistemas”

No passado sábado, a coordenadora concelhia do Bloco de Esquerda de Guimarães e Pedro Filipe Soares, deputado e líder do Grupo Parlamentar no Bloco na Assembleia da República, reuniram com a Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE), em Santa Eufémia de Prazins. Durante a visita ao traçado, os bloquistas constataram os “impactos negativos” da obra no território.
À RUM, Sónia Ribeiro, coordenadora da comissão coordenadora concelhia de Guimarães do Bloco de Esquerda, questiona os relatórios apresentados e diz que a construção da via de acesso ao AvePark está a “destruir os ecossistemas”.
Recorde-se que no passado mês de maio, a Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) suscitou, junto do Ministério Público, a “invalidade da decisão tomada pela Entidade Regional da Reserva Agrícola Nacional do Norte na sua reunião, que determinou a utilização não agrícola de 158.873 metros quadrados de solos da Reserva Agrícola Nacional (RAN) para implementar o projeto de uma nova via de acesso ao Parque de Ciência e Tecnologia AvePark”. Ora para Sónia Ribeiro, a situação “cria grandes dúvidas e desconfianças”.
“Como é que não é necessário um estudo do impacto ambiental? Há um relatório anterior que diz que é percetível de criar impactos negativos no ambiente e agora há um relatório que vem revogar e que diz precisamente o contrário, que não há problema nenhum e que a via pode ser construída”, aponta, adiantando ter questionado o Governo sobre o assunto.
Segundo a coordenadora, a população mostrou-se “preocupada com o futuro da agricultura e dos recursos hídricos”. “Conseguimos constatar que dificilmente vai ser possível reaproveitar e reutilizar as águas que vêm daquelas nascentes. O traçado vai andar grande parte em elevação ou em escavação e não vai ser possível fazer uso daquelas águas como os agricultores agora fazem”, lamenta.
Na ótica dos bloquistas, o Ministério Público deveria “impedir a construção” da empreitada. “Em primeiro lugar está a preservação da natureza, dos espaços que por lá vão ser completamente danificados e não há um compromisso ambiental”, argumenta.
