Biblioteca Pública de Braga atrai miúdos e graúdos em dia de aniversário

Começou por ser a morada do Arcebispo de Braga, D. José de Bragança. Agora, é morada de mais de 500 mil livros. 

Fundada em 1841, por alvará da rainha D. Maria II, foi Almeida Garrett que encarregou Silva Abreu de “coligir e examinar as bibliotecas dos extintos conventos do distrito de Braga, fazer os respectivos catálogos e informar sobre o apreço dos diferentes manuscritos que ali existem”.

Em 2021, a Biblioteca abre as portas ao mundo, com um novo site, que chega a quem não pode entrar pela porta virada para a Praça do Município. “O nosso valor principal é a nossa missão de serviço público”, referiu a diretora, Maria João Amante. 

Nas paredes do palácio, desenhado pelo arquiteto André Soares, permence a história de um passado marcado pelo Paço Episcopal Bracarense, sendo o maior exemplo a “sala do arcaz”. 

O edifício já sobreviveu a um incêndio, foi restaurado e ali permanecem guardados alguns livros que datam do século XV. “Temos um livro, que só conta com quatro exemplares no mundo.  Um está na Biblioteca Pública de Braga, outro em Espanha, França e Estados Unidos”, explicou ao grupo de visitantes a guia Márcia. 

Em dia de aniversário, a BPB abriu as portas de recantos que normalmente não podem ser visitados. Laura Margarida costuma frequentar a biblioteca para consultar livros. Esta terça-feira, integrou o grupo de visitantes, com dez pessoas, maioritariamente jovem. Aos 71 anos, a bracarense diz que “todas as pessoas da cidade de Braga deviam conhecer”. “Penso que deve ser divulgado e era urgente que abrissem ao público”, acrescentou. 

A visita ao espaço, foi o plano perfeito para a tarde de Rui Ferreira, de 42 anos, e dos dois filhos. Maria Rita, de nove anos, costuma requisitar livros na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, mas nunca tinha entrado na Biblioteca Pública. Depois da visita, confessou que o salão nobre foi o seu lugar preferido. Para o pai, esta “é uma excelente iniciativa abrir as portas”. “Há espaços na nossa própria cidade que não conhecemos por falta de tempo ou por falta de desafio das instituições”, acrescentou. Rui Ferreira “não tinha noção do acervo” e, por isso, a visita “foi muito interessante”.

“Percebemos que a Biblioteca suscita esse interesse, porque não é conhecida por muitas pessoas, não sabem o que aqui existe e há aquela aura quase do fantástico associado à biblioteca”, referiu a diretora.

Um palácio tão antigo já deixa transparecer as marcas do tempo e, por isso, são necessárias algumas intervenções.

“Há determinadas funcionalidades que é muito difícil ter na biblioteca. Não temos nenhum elevador para as pessoas com mobilidade reduzida, também temos aspetos de humidade, inerentes a um edifício antigo”, apontou.

Em dia de aniversário, abriram-se as portas da Biblioteca Pública de Braga, com visitas guiadas completamente esgotadas. 

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Liliana Oliveira
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