BE desafia CMB a pensar estratégia articulada e a longo prazo para a mobilidade

O Bloco de Esquerda desafia o município de Braga a pensar numa estratégia articulada e a longo prazo para a mobilidade. Os bloquistas defendem a transformação progressiva das variantes em avenidas urbanas, mais percursos pedonais, passeios com pisos regulares e mais passadeiras.
Alexandre Mano, membro da concelhia de Braga do Bloco, lamenta que “as políticas municipais não desincentivem o uso da viatura própria”.
“Os autocarros têm horários que não servem a população e quem se de desloca em Braga tem que o fazer de carro, que ou estão parados ou a andar demasiado depressa”, afirmou o bloquista em entrevista à RUM.
Os atropelamentos recentes em vias urbanas são também apontados pelos bloquistas, que pedem mais passadeiras. No entanto, questionado sobre a forma como os peões efetuam a passagem de um lado para o outro da via, Alexandre Mano reconhece que estes também “têm que receber a educação necessária para que isso não aconteça”. “As escolas têm que cumprir o seu papel com aulas de segurança rodoviária”, atirou.
Ainda assim, lembra que, na cidade, “há passeios que não são transitáveis”. “Temos insistido na solução dos problemas de forma articulada. Apoiamos o Bus Rapid Transit (BRT) como uma parte da solução, mas, se não muda mais nada, isso não passa de uma solução pontual, que não vai resolver problema nenhum”, disse Alexandre Mano.
O BE lamenta que não haja “nenhuma ação da Câmara que permita pensar que haja uma solução a longo prazo”. “É preciso falar com quem conhece os problemas do urbanismo e mobilidade e aceitar soluções”, atirou.
O Bloco de Esquerda defende “uma solução que passa por considerar três dimensões essenciais: o desenvolvimento do transporte público como prioridade, a transformação progressiva das variantes em avenidas urbanas e a periferialização do trânsito de atravessamento do concelho”.
“Entre outras medidas, propõe facilitar a mobilidade para os peões com percursos pedonais, passeios com pisos regulares, passadeiras elevadas e mais frequentes, com sinalética vertical e horizontal adequada, uma rede articulada para veículos suaves e transportes públicos com prioridade sobre os particulares”. “Queremos que o transporte público tenha vias próprias para poderem cumprir horários, uma rede articulada dos TUB-CP, mais transportes suburbanos e entre concelhos, maior e melhor informação, passes intermodais e o alargamento da rede e a frequência das carreiras”, dizem, admitindo que há medidas que “se podem revelar impopulares, como a limitação do acesso dos veículos ligeiros a zonas com grande pressão de tráfego e a reconfiguração das vias rápidas ara diminuir a velocidade dos automóveis, mas tem de ser feito”.
