BE critica Plano para a Energia Sustentável e Clima; CM Braga acusa partido de “fantasiar”

O Bloco de Esquerda considera que o Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima (PAESC) da Câmara de Braga é “ineficaz, pouco transparente e de duvidoso rigor técnico”. O documento, apresentado em março, levantou um conjunto de dúvidas ao grupo municipal, entretanto endereçadas ao vereador do Ambiente e cujo teor das respostas revelou-se, no entender do partido, “insatisfatório e pouco esclarecedor”.

Um dos problemas apontado relaciona-se com o investimento previsto para a disseminação de guias de boas práticas e folhetos informativos. De acordo com as contas dos bloquistas, um terço das medidas do plano, 22 em 69, que correspondem a 4,5 milhões de euros, têm esse fim.


“Não duvidando da utilidade das iniciativas”, João Garcia Rodrigues, membro da Comissão Coordenadora Concelhia, considera que “não podem ser estruturantes” de um plano desta dimensão. “Em vez deste tipo de medidas ocuparem uma boa parte do conteúdo, gostaríamos de ver medidas estruturantes e transformadoras para a redução de emissões no concelho”, refere, dando como exemplos a aposta em transportes públicos e em vias cicláveis.


Olhando para o Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima, em 2019, os principais responsáveis por emissões de CO2 em Braga são o setor dos transportes (39%), edifícios residenciais (22%), indústria e edifícios terciários, ambos com 18%. Já os equipamentos municipais representam 1,4%.

Fazendo uma comparação, o vereador do Ambiente explica que é necessário “atuar naquele que é o grande grosso do problema”, relacionado com o cariz privado e particular. “Isso passa muito por ações de sensibilização”, salienta. Em relação ao valor apresentado pelo Bloco de Esquerda, o responsável autárquico corrige para 2,5 milhões de euros e esclarece que é referente aos próximos oito anos.


BE questiona sobre missão da Comissão Europeia e grau de execução das medidas

Braga não integra a missão ‘Cidades Climaticamente Neutras e Inteligentes’, da responsabilidade da Comissão Europeia, algo que causou estranheza ao Bloco de Esquerda. Altino Bessa lembra que “apenas 100” municípios foram escolhidos a nível europeu, incluindo três portugueses – Guimarães, Porto e Lisboa – e que o concelho minhoto faz parte de outros programas de dimensão semelhante, como o Carbon Disclosure Project.

Outra crítica dos bloquistas prende-se com o facto de “algumas medidas apresentarem um período de execução terminado em 2020, apesar de o PAESC ter sido publicado em 2022 e, supostamente, prever propostas para serem aplicadas desde o presente ano até 2030”, incluindo um investimento entre 50 e 100 milhões de euros.

Sobre esse assunto, o vereador acusa o Bloco de Esquerda de “fantasiar” e de “falar de coisas em abstrato”.

“Há investimentos que foram feitos, alguns que se perspetivam e outros que têm continuidade. É assim que funciona. Rejeito liminarmente as críticas do Bloco de Esquerda que apenas e só quer pegar num tema da atualidade e fazer dele um ato político”, atira.

Partilhe esta notícia
Tiago Barquinha
Tiago Barquinha

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Sérgio Xavier
NO AR Sérgio Xavier A seguir: Sara Pereira às 15:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv