BE Braga sugere à CMB a rápida criação de ciclovias temporárias e seguras

A Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda sugere ao executivo liderado por Ricardo Rio que crie “rapidamente” ciclovias “temporárias e seguras”, considerando que os bracarenses não utilizam mais a bicicleta no seu dia-a-dia porque se sentem inseguros na cidade.
Em conferência de imprensa na véspera do Dia Mundial da Bicicleta – que se assinala esta quarta-feira, 3 de Junho – Alexandra Vieira defendeu que não é difícil promover mais segurança aos ciclistas na cidade, lembrando promessas da coligação Juntos por Braga feitas há mais de seis anos, mas que nunca se concretizaram.
Na óptica da concelhia de Braga do BE “é urgente criar e implementar em Braga um Plano de Acção para os Modos Ativos de Transporte (bicicleta e caminhar), para dar resposta às necessidades de mobilidade durante e após a crise de COVID-19, diminuindo o número de automóveis que circulam na cidade”.
O número de utilizadores de bicicleta aumentou durante o confinamento, mas o BE critica a postura do município, classificada como “radical” quando optou por encerrar na totalidade a ecovia. Segundo o BE, e a par do que defendeu a própria Associação Braga Ciclável, o acesso a bicicletas não devia ter sido proibido, uma vez que muitas pessoas se deslocam habitualmente de bicicleta para o trabalho, optando, na sua maioria, pela ecovia, mais segura.
A criação de ciclovias temporárias e seguras nos principais eixos de deslocação da cidade, nomeadamente entre zonas residenciais e de trabalho, escolas e a UMinho, é por isso a sugestão central. No levantamento dessas vias, o BE identifica como prioritárias algumas das avenidas mais movimentadas do concelho e onde diariamente os automobilistas excedem a velocidade máxima permitida: Avenida de São Bento; Avenida João Paulo II; Avenida João XXI; Avenida Imaculada Conceição; Avenida Cidade do Porto; Rua do Caires; Avenida Dr. António Palha; Avenida da Liberdade; Avenida 31 de Janeiro e Avenida Robert Smith.
“Ainda há o receio de utilizar os transportes colectivos, que propiciam eventuais contágios, e é possível com algumas medidas que não exigem gastos elevados, reajustar a circulação de transportes colectivos, de bicicletas, de peões e de veículos motorizados”, argumenta Alexandra Vieira.
O alargamento de passeios, a instalação de estacionamento de bicicletas nas zonas de maior afluência, é outra das recomendações. O BE lembra ainda exemplos de muitas cidades internacionais que mais recentemente têm optado pelo encerramento de ruas à circulação automóvel, mas reforça até uma medida adoptada recentemente pelo executivo municipal em Braga, a implementação de zonas 30Km/h.
O BE pergunta ainda onde estão os km’s de ciclovia prometidos por Ricardo Rio há seis anos. Desde que a coligação Juntos por Braga chegou à gestão do município de Braga, não foi construído mais nenhum km de ciclovia, facto condenado por Alexandra Vieira. “Temos uma autarquia que há seis anos prometeu nada mais nada menos que 76km de ciclovia. A cidade dispõe até ao momento de 8Km de ciclovia”, critica. Um trajecto muito utilizado para lazer e para deslocações de trabalho, daí que o BE reforce a ideia de investir nas vias partilhadas.
Alexandra Vieira considera também que o Município de Braga deve investir em mais zonas 30 na cidade de Braga, defendendo que é uma boa estratégia para abrandamento de trânsito e reforço da segurança para peões e ciclistas.
A saúde pública é outro dos argumentos referidos pelo BE para incentivar a autarquia a analisar com atenção para o problema.
Com elogios ao trabalho realizado pela Associação Braga Ciclável – que defende que a cidade é facilmente ciclavel – Alexandra Vieira apela ao município que “considere as medidas” do BE e “redesenhe a forma de circulação” na cidade “sempre colocando a tónica de retirar o maior número possível de automóveis do centro”.
