BE acusa CMB de não fazer manutenção de praças para depois passar cheques

O Bloco de Esquerda (BE) acusa a Câmara Municipal de Braga (CMB) de votar ao abandono uma das maiores praças do concelho, a Praça Santo Adrião, na freguesia de S. Lázaro e S. João de Souto e de esquecer por completo espaços deste tipo ao longo dos anos para depois anunciar intervenções profundas e de grande exigência financeira que podiam ser evitadas com trabalhos de manutenção pontuais.
Há três anos retiraram o parque infantil, alguns bancos de jardim, outros ficaram, mas estão partidos e o ringue de futebol coloca em perigo os utilizadores. A Praça de Santo Adrião deixou de ser uma zona de lazer para os moradores, dizem os bloquistas, porque a autarquia “passou anos a não valorizar aquela zona da cidade”.
Esta sexta-feira, em conferência de imprensa no local, os bloquistas quiseram alertar para esta situação, mas antes de ali chegarem já os serviços camarários tinham colocado uma placa informativa da autarquia a anunciar a requalificação profunda de toda a praça.
Alexandra Vieira, deputada municipal eleita pelo Bloco de Esquerda (BE) afirma que esta é uma das maiores praças de Braga mas mesmo assim “há cerca de quarenta anos não tem intervenção”. Há três anos foi retirado um parque infantil, mas nunca mais foi substituído. O ringue de futebol também “tem buracos” e coloca em perigo os utilizadores. Nos anos mais recentes, a Associação Synergia ergueu ali o seu edifício, passando a ocupar “espaço que era público”, nomeadamente um auditório ao ar livre e um regato de água que ali atravessava. Alexandra Vieira diz não compreender como passaram dois mandatos sem intervenção municipal, apesar de estarem quatro pelouros envolvidos.
“Condenamos esta falta de manutenção de todos os espaços públicos que chega ao ponto da degradação não permitir que sejam aproveitados os espaços e obrigue a que sejam gastos dinheiros públicos em obras de reabilitação de caráter e qualidade muito duvidosa”, critica a bloquista.
Alfredo Ribeiro, membro da assembleia da união de freguesias de S. José de S. Lázaro e S. João de Souto, acusa o executivo de Ricardo Rio de votar ao abandono uma praça que deixou de poder ser frequentada pelos moradores que antigamente a utilizavam “com muito gosto” porque “é fresca, arejada e sem poluição”.
Além do parque infantil foi ainda retirado um parque de basquetebol, bancos de jardim e cinco árvores, contabilizou.
Sobre o ringue de futebol, já com dois buracos no piso, Alfredo Ribeiro avisa que a estrutura coloca em causa a integridade física das pessoas e insiste na ideia de desperdício de dinheiros públicos. “As manutenções têm custos reduzidos, mas estão à espera que fique tudo deterioriado para deitar tudo fora e colocar tudo novo”, nota.
Revoltado com a situação, o bloquista acusa o executivo municipal de “passar cheques, «porque a eles não custa nada», mas sim ao erário público”. Nesta altura, soube-se entretetanto, está a ser constituída uma associação de moradores com elementos muito críticos à forma como o município tem gerido o espaço.
