Barlos regressa para abrir diálogos entre artesanato local e linguagens contemporâneas

O Barlos está de regresso ao centro de Barcelos com concertos, exposições, oficinas e residências de criação. O evento, que pretende abrir novos diálogos entre o artesanato local, património imaterial da UNESCO, e as linguagens artísticas contemporâneas, acontece a 23 de setembro.
À RUM, Hugo Cunha, da Macho Alfa, uma das entidades culturais promotoras do evento, fala de um programa “vasto” e destaca o concerto dos barcelenses Glockenwise, que editaram recentemente o quinto álbum de originais, Gótico Português. “É a primeira vez que apresentam em casa e estamos muito entusiasmados com esse momento principalmente por ser um disco que também fala sobre o Figurado de Barcelos e em concreto sobre a sua maior figura a Rosa Ramalho”, salienta.
Os franceses Société Etrange e as Soalhas são outras das atuações agendadas. King Kami e Patrícia Brito são as artistas convidadas para animar a pista de dança.
“É um programa vasto, que começa às 09h30 com uma caminhada e termina às 04h00 com um DJ Set”, frisa Hugo Cunha.
Além da apresentação dos resultados das três residências de criação, a segunda edição contempla duas exposições. A primeira diz respeito aos trabalhos resultantes do WOC (Workshop em Design de Olaria e Cerâmica) coordenada por Guilherme Braga Cruz e a segunda trata-se de uma mostra de peças, curada por Maria Miguel Von Hafe, que tem como base de trabalho uma reflexão em torno das possibilidades de cruzamento entre a Olaria de Barcelos e as expressões artísticas contemporâneas.
No que toca às oficinas, o Barlos propõe dois momentos de contacto com duas figuras ímpares da cerâmica Barcelense, António Ramalho e Prazeres Côta. A primeira terá lugar este sábado, para que as peças produzidas possam ser cozidas no dia do evento e trazidas para casa pelos participantes. A segunda terá lugar no dia do evento e será focada nas técnicas de pintura de figurado.
Dedicada ao público mais novo, terá também lugar no dia 23, da parte da manhã, uma oficina de toque e canto de adufe orientada pelo coletivo Soalhas.
O programa inclui ainda conversas, uma caminhada nas margens do Rio Cávado, refeições temáticas e uma feira que junta produtores individuais e coletividades que trabalham com o barro. “Tenho a certeza que toda a gente vai gostar de ver o Centro Histórico de Barcelos transformado num lugar onde as expressões tradicionais e as expressões contemporâneas se encontram e estão em diálogo”, finaliza.
O epicentro será o Centro Comercial Barlos, sendo que as iniciativas se estendem também a outras zonas do centro histórico de Barcelos. As atividades são gratuitas, à exceção das oficinas com artesãos locais e as refeições temáticas.
Toda a programação aqui.
