Bairro 1128: “onde residentes, visitantes e comerciantes se encontram”

Bairro 1128. É este o nome do projeto vimaranense, integrado no programa do Governo Bairros Comerciais Digitais, que pretende unir “o património e a cultura e a tradição à inovação”. O projeto, que ainda aguarda financiamento, foi apresentado, esta segunda-feira, no Largo Condessa do Juncal, na presença do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo.

O nome não foi escolhido ao acaso, sendo uma forma de celebrar os 900 anos desde a Batalha de São Mamede.

Para o vereador de Sistemas Inteligentes e Turismo, do Município de Guimarães, Paulo Lopes Silva, este é “um projeto ambicioso que traça uma visão de futuro sobre o comércio e a comunidade”.

“Aqui, as histórias das lojas misturam-se com a modernidade digital e o comércio tradicional ganha um novo fôlego. Com cerca de 300 estabelecimentos comerciais, o Bairro 1128 desenvolve-se a partir do pulsar da cidade, onde residentes, visitantes e comerciantes se encontram”, acrescentou.

Uma das potencialidades apontadas pelo autarca é a promoção de “serviços inovadores que ajudam os comerciantes a conhecer o perfil dos clientes, a criar novas ofertas e a personalizar produtos e serviços”. “A tecnologia e a tradição caminham de mãos dadas”, reforçou Paulo Lopes Silva. Através do Bairro 1128, a Câmara de Guimarães pretende “construir um espaço tecnologicamente avançado, sustentável e coeso, que visa a disponibilização de uma plataforma de promoção e valorização de produtos e serviços, novas formas de pagamento e soluções de cadeias logísticas integradas”. “O Wi-Fi público a disponibilizar em todo o bairro, permitirá que todos se mantenham conectados e em movimento. Os painéis digitais, presença no bairro da plataforma de oferta comercial, será uma forma eficaz de promover os negócios locais, apresentando ofertas, promoções e outras informações, como eventos, localização das lojas, horários dos transportes e disponibilidade de estacionamento”, exemplificou.

No futuro, perspetiva-se que “os sistemas de monitorização de tráfego e de estacionamento, permitam encontrar lugares disponíveis no bairro ou na sua periferia e calcular a pegada ambiental, incentivando, assim, escolhas mais sustentáveis”, mas também “bancos inteligentes, que permitem carregar dispositivos eletrónicos, fornecem informações sobre o bairro e auxiliam na reparação e carregamento de bicicletas e trotinetes”.

Bairros Comerciais Digitais são para o secretário de Estado “dos projetos mais relevantes do PRR”

Para o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, os Bairros Comerciais Digitais são “dos projetos mais relevantes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”. Para Mário Campolargo, estes projetos vão “transformar a forma como conhecemos o comércio de bairro”, através da “digitalização dos operadores económicos e dos seus modelos de negócio”. “Esta transformação do comércio e dos serviços nos dias de hoje é absolutamente fundamental, porque o digital potencia o sucesso dos negócios, o crescimento económico e a prosperidade da sociedade”, frisou.

Os Bairros Comerciais Digitais envolvem cerca de 77 milhões de euros e 25 mil lojistas do país. A este propósito, o secretário de Estado adiantou que, na reprogramação do PRR, o Governo “injetou mais 60 milhões de euros de investimento em medidas de digitalização que serão aplicadas de acordo a primeira Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes”. “Até 2026, o Governo vai ter a possibilidade de garantir aos municípios, pela primeira vez, por exemplo, plataformas de gestão urbana e apoiar aqueles que, como Guimarães, estão mais avançados e queiram aumentar a capacidade das soluções de gestão territorial que já desenvolveram por si próprias”, acrescentou.

“Esta valorização do tecido económico vai acompanhar uma outra trajetória que Guimarães tem vindo a seguir e que é particularmente importante para o futuro, a de se afirmar como uma cidade inteligente”, elogiou o governante, que aponta Guimarães como “cidade pioneira”.