Autarca de S. Victor defende adiamento das eleições presidenciais

O presidente da junta de freguesia de S. Victor, em Braga, afirmou hoje que é um ato de irresponsabilidade realizar as eleições presidenciais no próximo dia 24 de janeiro considerando que o país se prepara para abdicar de prestar um serviço à democracia.
A maior freguesia do concelho conta com 25 mil e 500 eleitores. Necessita de pelo menos de 22 mesas de voto. O ato eleitoral envolve mais de 110 pessoas, obrigadas a permanecerem mais de doze horas em espaços fechados naquele dia.
Esta segunda-feira, no final da reunião de executivo, Ricardo Silva assumiu que é difícil, mas defendeu medidas que sensibilizem o governo para o adiamento do ato eleitoral.
Preocupado com o dia 24 de janeiro, o autarca independente com o apoio da coligação Juntos por Braga assumiu que “é quase uma irresponsabilidade promover o ato eleitoral nos moldes desenhados”.
“Convidar 25.500 a deslocar-se para o mesmo sítio, é muita gente a circular. Parece-nos contraproducente”, disse.
O autarca alerta ainda para o risco de faltarem elementos para as mesas eleitorais. “Corremos o risco de às oito da manhã ter que abrir o ato eleitoral mas não ter gente suficiente para conseguir abrir determinadas secções de voto. Muitas pessoas, fruto do medo, não querem fazer parte das mesas eleitorais e não vamos ter a possibilidade de desencadear mecanismos atempadamente para conseguir fazer a substituição de elementos que possam faltar à ultima da hora”, denunciou.
Ricardo Silva teme números recorde de abstenção
Num “grito de ajuda”, o autarca de S. Victor assume que apesar da complexidade do quadro legal, o governo devia pensar em fazer o adiamento do ato eleitoral.
“Vamos quebrar um confinamento para as pessoas irem para um ato eleitoral. O que conseguimos antever é que vamos bater recordes históricos de abstenção e acho que isso nem é um grande serviço que prestamos à democracia, bem pelo contrário”, lamentou.
Também o presidente do município de Braga, Ricardo Rio admitiu estar “muito preocupado” com os moldes em que o ato eleitoral vai decorrer. A CMB, admite, “está a tentar minorar os problemas” em articulação com as juntas de freguesia a quem deixa elogios.
”Temos que aumentar um número significativo de mesas. Vamos tentar alargar a bolsa de recrutamento ao limite. Vamos estimular a participação no voto antecipado para que as pessoas possam já no dia 17 exercer o seu direito de voto no Altice FORUM Braga”, respondeu.
O autarca social democrata também não entende que se interrompa um confinamento geral para participar num processo eleitoral. Associo-me a essa preocupação, mas não dependendo da nossa vontade, o que podemos é tentar angariar mais voluntários para participarem no processo eleitoral, estimular as pessoas a votarem antecipadamente e disseminar essa informação de forma massiva pela população”, explicou.
