Atitudes dos jovens podem “causar a morte a uma avó ou a um avô”

Na conferência de imprensa, ao final da tarde deste sábado, a ministra da Saúde fez saber que o número de casos confirmados em Portugal se mantém nos 169. Ainda assim Marta Temido alertou que o país vai entrar “numa fase de crescimento exponencial da epidemia, alinhada naquilo que estão a enfrentar neste momento outros países europeus”. “Não sabemos quanto tempo levará a subir essa curva”, reforçou a ministra, reforçando a ideia de que poderá subir a um ritmo mais lento de acordo com as atitudes dos portugueses.
Já a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, deixou um apelo relativamente ao grupo de pessoas mais vulneráveis à epidemia, nomeadamente os idosos. A mensagem é direccionada aos jovens e foi clara: “Há um mínimo de consideração”. Graça Freitas afirmou ainda que se os jovens não evitarem sair de casa poderão mesmo “causar a morte a uma avó ou a um avô”.
Marta Temido afirmou ainda que, em conjunto com a DGS, estão a ser redefinidos os tratamentos para que as pessoas possam recuperar em casa. Além dos hospitais de referência, haverá outros hospitais a tratar pacientes com Covid-19. Marta Temido também explicou que está a ser preparada nalguns pontos a concentração de testes para a testagem em casa.
“Contamos com todos para a adesão aos mecanismos de proteção”, afirmou Marta Temido apelando ao esforço individual e colectivo.
Entretanto, este fim-de-semana será reforçado o stock de proteção individual para os médicos, com mais de um milhão de máscaras cirúrgicas. Nos dias seguintes, haverá mais de um milhão de máscaras FFP2. No que toca a ventiladores, Marta Temido esclareceu que há dois tipos de ventiladores: os que por definição já existem em certos quartos e os que estão de reserva, e que serão mobilizados à medida que forem ocorrendo os cancelamentos de cirurgias não urgentes. “Estamos a articular com a Ordem dos Enfermeiros para serem mobilizados profissionais desta área.” A diretora-geral da Saúde garante que não estão a ser privilegiados os pacientes com Covid-19 em relação aos restantes.
Graça Freitas revelou que há 5011 pessoas em vigilância ativa mas muitas mais foram identificadas e estratificadas num outro tipo de aconselhamento.
