Atenção. Preço do azeite origina falsificações. UMinho cria teste de autenticidade

A subida do preço do azeite tem feito aumentar o número de portugueses que procuram opções mais baratas na internet deste produto secular e que está na base da dieta mediterrânica. A ASAE alerta para a circulação de azeite adulterado com óleo e corante alimentar nas redes sociais. São publicitados como “extra virgem” e de produção local, a preços praticados antes do início da Guerra na Ucrânia.
Entre 2022 e 2023, a ASAE já instaurou 18 processos-crimes por falsificação de azeite e fraude sobre mercadorias num total de quase 100 mil euros, de acordo com informação disponibilizada ao Expresso.
Um estudo da Escola de Ciências da Universidade do Minho, publicado na revista ´Sciense of Food` do grupo Nature, dá conta de um novo método para autenticar de forma mais eficaz, rápida e não invasiva este ´ouro líquido`.
O estudo avaliou 36 azeites, 21 extra virgem, oito virgem e sete refinados de vários países. De acordo com o investigador Vasco Santos, esta análise é possível através de uma técnica de ressonância magnética nuclear no domínio temporal com algoritmos de machine learning, permitindo em minutos identificar e classificar óleos comestíveis com recurso também a radiofrequência.
Questionado sobre que caraterísticas devem os consumidores estar atentos no momento da compra de um bom azeite, o investigador aponta à acidez, visto que ao aquecer o azeite, este perde propriedades, já os extra virgem e virgens não sofrem qualquer tipo de aquecimento”.
Vasco Santos sublinha que este género de análise pode ser uma mais valia também para as empresas, uma vez que permite “validar o seu produto” de forma económica. “Com apenas um a dois cêntimos” é possível assegurar a autenticidade.
O investigador revela à RUM que uma startup estrangeira demonstrou interesse nesta técnica. O trabalho foi realizado no âmbito da dissertação de mestrado em Biofísica e Bionanossistemas na UMinho de Vasco Santos, em parceria com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). O cientista está neste momento a fazer o doutoramento em Imagem e Espectroscopia de Ressonância Magnética na Universidade Médica de Viena (Áustria).
