Assinalam-se hoje 102 anos desde o nascimento de Maria Ondina Braga

Assinala-se, este sábado, o 102.º aniversário do nascimento de Maria Ondina Braga. A escritora nasceu no coração da cidade de Braga, a 13 de janeiro de 1922. Em 1956, mudou-se para Londres, cidade onde se licenciou em literatura Inglesa pela Royal Asiatic Society of Arts. Daí partiu para França, onde também estudou línguas. Regressou a Portugal em 1959 e, um ano depois, vai para Angola. Em 1961, segue para Goa e, depois, para Macau, onde foi professora. O regresso a Portugal acontece em 1964, onde, além de escritora, foi tradutora e colaboradora no Diário de Notícias, Diário Popular, A Capital ou Panorama.
Escreveu poesia, romances, contos, novelas e biografias, como O Meu Sentir, editado em 1949, ou O Jantar Chinês e outros contos, lançado em 2004, já depois da sua morte. Recebeu diferentes prémios ao longo da sua carreira, o último foi o Grande Prémio de Literatura dst 2000, pela obra Vidas Vencidas, editados em 1998.
Morreu a 14 de março de 2003, com 81 anos, em Braga.
Em 2018 a Associação Portuguesa de Escritores com a Câmara de Braga criaram um prémio de literatura de viagem com o nome de Maria Ondina Braga.[4]
O Museu Nogueira da Silva foi palco, esta sexta-feira, da apresentação do segundo volume das Obras Completas de Maria Ondina Braga: “Biografias no Feminino: Mulheres Escritoras. Retratos com Sombras. Dispersos e Inéditos”, editado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda com o apoio do município de Braga.
No total, serão publicados sete volumes, mas este, além de reunir as biografias de mulheres escritoras, dá a conhecer as oito biografias de Retratos com Sombras, até agora inédito. Entre as escritoras biografadas estão nomes como Virginia Woolf, Katherine Mansfield, Selma Lagerlöf, Lou Andreas-Salomé, Teresa Margarida Silva Orta, Colette, Irene Lisboa, Anaïs Nin, Carson McCullers, Ana Plácido e Rosalía de Castro. A obra ontem apresentada dá ainda a conhecer uma recolha de vários textos dispersos em jornais e revistas, publicados a partir de Abril de 1974, com particular destaque para a colaboração de Maria Ondina Braga na revista Modas e Bordados, bem comum conjunto significativo de textos inéditos que trazem à luz uma faceta desconhecida da escritora bracarense que foi também a escritora portuguesa mais cosmopolita do século XX.
Helena Vasconcelos, jornalista e crítica literária, vê Ondina como “a escritora portuguesa mais cosmopolita do século XX, que deixou um vasto material propício à reflexão”, quando “não era permitida a manifestação do prazer erótico”.
Isabel Cristina Mateus, investigadora da Universidade do Minho, considera que esta obra “tem a sombra” de Maria Ondina Braga, “uma mulher ousada, livre, corajosa, com uma abertura multicultural e de espírito viajante”.
Para a responsável, no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de abril de 1974, o lançamento desta obra ganha um novo simbolismo.
A obra pode ser adquirida nas livrarias aderentes.
