“As restrições de movimento acrescentam dificuldades sobretudo ao turismo”

A Associação Comercial de Braga (ACB) considera que a restrição de circulação durante a noite é mais uma medida castradora para o setor do turismo. De acordo com as regras anunciadas esta quinta-feira pelo Governo, deixa de ser possível circular entre as 23h e as 5h nos concelhos de risco elevado, como é o caso de Braga.
Para o diretor-geral da ACB, Rui Marques, esta é uma situação que “acrescenta dificuldades sobretudo à área do turismo”. “Já não há grande predisposição para as pessoas passarem férias em Portugal. Com este tipo de condicionalismos, a motivação é ainda mais baixa”, lamenta, referindo que se está “a cortar a pernas” ao setor.
Assim sendo, Braga volta a não avançar no desconfinamento. O teletrabalho é obrigatório, o comércio a retalho funciona até às 21h00 e os restaurantes, cafés e pastelarias até às 22h30, com limitação de 10 pessoas por grupo em esplanada ou seis no interior.
Segundo Rui Marques, estas restrições implicam “um custo muito significativo”. O diretor-geral da ACB alerta que “os clientes estão a fugir para concelhos vizinhos no período de jantar porque podem consumir as suas refeições de uma forma mais desafogada no tempo”.
ACB reivindica apoio a fundo perdido para as empresas
O Governo decidiu prolongar as medidas de apoio às empresas e aos trabalhadores independentes, que terminavam esta quarta-feira.
O diploma prevê que as empresas com uma quebra de faturação igual ou superior a 75% possam reduzir o período normal de trabalho em 100% nos meses de julho e agosto, funcionado como uma suspensão do contrato, a 75% dos seus trabalhadores, ou, em alternativa, uma redução de 75% a todos os trabalhadores.
Para Rui Marques, este apoio, suportado na íntegra pela Segurança Social, é insuficiente. “Era decisivo que fosse complementado com uma medida de apoio à quebra de faturação das empresas, uma espécie de reedição do programa Apoiar, atribuíndo subsídios a fundo perdido às empresas em função das quebras de faturação e tendo em conta o seu histórico”, argumenta.
