Arquidiocese de Braga recebeu oito nomes de alegados abusadores

A Arquidiocese de Braga recebeu uma lista com “oito nomes de alegados abusadores”, referidos nos testemunhos recolhidos pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal. O documento foi entregue, em envelope fechado, ao Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.
No comunicado, a que a RUM teve acesso, é explicado que, destes nomes, “três dizem respeito a padres já falecidos, um dos nomes não corresponde a nenhum sacerdote da Arquidiocese e, por isso, a investigação será aprofundada”, sendo que o mesmo acontece com “um agente pastoral, que não foi possível identificar, estando em curso diligências nesse sentido”.
“Um outro sacerdote mencionado foi alvo de um processo civil, tendo sido absolvido”, informam ainda.
Há um caso, que diz respeito a “um sacerdote que foi alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores já concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares em vigor”. Ainda assim, a Arquidiocese esclarece que “se se verificar que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico”. Embora não seja identificado, a RUM sabe que, em causa, está o padre de Joane, Fernando Sousa e Silva. O último nome diz respeito a “um sacerdote que, depois de um diálogo com o Arcebispo, foi afastado preventivamente do exercício público do ministério sacerdotal”. Neste caso, os factos dizem respeito a um sacerdote de Guimarães.
A Arquidiocese esclarece, na mesma nota, que “a decisão cautelar de afastar preventivamente o sacerdote em causa não prejudica o princípio da presunção de inocência”, mas “trata-se de aplicar as linhas orientadoras de ação da Igreja em matéria de abusos sexuais de menores, em conformidade com o Vade-mécum sobre procedimentos relativos a casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos”.
Manifestando disponibilidade para “acolher e escutar as vítimas”, a Arquidiocese de Braga tem uma equipa de profissionais “para oferecer apoio psicológico, psiquiátrico, jurídico e espiritual a todas as vítimas”
“Sabemos que pedir perdão não é suficiente. São-nos pedidas ações concretas”, lê-se ainda. Nesse sentido, a Arquidiocese compromete-se a fazer tudo o que for possível para “prevenir futuros casos de abuso” e apela que as pessoas continuem a denunciar estes casos, através da Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis (comissao.menores@arquidiocese-braga.pt ou 913 596 668).
