“Ao contrário de outros, o serviço de internamento em pediatria esvaziou na pandemia”

O serviço de internamento pediátrico no Hospital de Braga quase não foi ocupado durante os piores momentos da pandemia, disse à RUM o diretor do serviço de cirurgia pediátrica da unidade hospitalar, Jorge Correia-Pinto.

“Felizmente, a infeção por Covid-19 não causa tantos sintomas na criança, que está, por razões ainda hoje desconhecidas, mais protegida”, começou por referir o responsável durante o programa ‘A Saúde Tem Voz’, criado pelo Hospital de Braga em parceria com a RUM e emitido pela primeira vez no domingo, dia 6.


O responsável referiu depois que, pelo menor número de infeções nas crianças, “o internamento de pediatria esvaziou, ao contrário do de adultos, que sobrelotou”, acrescentando que, em virtude da menor ocupação de camas na pediatria, o seu serviço acabou por ser chamado a responder aos pacientes adultos.


“Restringimos a nossa atividade para as situações prioritárias e desviámos a atenção para o esforço feito por todo o corpo clínico no combate à pandemia, em relação às necessidades dos adultos”.

O serviço de cirurgia pediátrica do Hospital de Braga, composta por 10 cirurgiões, cobre desde recém-nascidos até adolescentes, realizando uma média de 1000 consultas e 200 cirurgias por mês, com tempos de espera compreendidos entre um mês e dois meses, respetivamente.

O responsável assinalou que a cirurgia pediátrica recorre cada vez mais a métodos não invasivos, tendo na cirurgia da hérnia inguinal via laparoscópica uma das suas principais inovações.

Sobre se a operação nos mais novos é considerada um ‘parente pobre’, Jorge Correia-Pinto garantiu que não porque “surpreende nas técnicas” e que “quem está atento à especialidade sabe que tratar uma criança não é tratar um adulto pequeno, é um desafio muito maior”.


Passagem de PPP para a esfera pública causou “apreensão” mas não “beliscou” atividade

A entrevista no ‘A Saúde Tem Voz’ abordou a mudança de gestão ocorrida no Hospital de Braga em 2019, que até então estava em regime público-privado e depois passou para a esfera pública.

Questionado sobre se a mudança afetou o serviço de cirurgia pediátrica, Jorge Correia-Pinto começou por reconhecer que o processo gerou, numa fase inicial, “alguma apreensão e ansiedade”, partilhada “por muitas pessoas do corpo clínico”.

Hoje, volvidos quase dois anos desde a mudança, o responsável referiu estar “muito mais confortável” e que a parte assistencial do seu serviço “não ficou beliscada”, recusando-se a comentar “os números da gestão economicista” do processo.

Partilhe esta notícia
Pedro Magalhães
Pedro Magalhães

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Rádio RUM em Direto Logo RUM
ON AIR Rádio RUM em Direto
aaum aaumtv