António Costa rejeita colocar idosos fora do acesso prioritário às vacinas

“Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade”, declarou António Costa à agência Lusa, depois de questionado sobre a possibilidade de todos os maiores de 75 anos sem comorbilidades ficarem de fora do acesso prioritário à vacina contra o novo coronavírus,. como avançaram o Público e o Expresso esta sexta-feira.
António Costa acrescenta que “há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos”.
No mesmo sentido, uma nota do ministério da Saúde enviada às redacções, esclarecia que “a estratégia de vacinação contra a Covid 19 ainda não foi discutida com o Ministério da Saúde nem validada politicamente.”
“As informações vindas a público estão incluídas num documento meramente técnico e são parcelares e desactualizadas”, acrescenta o comunicado.
Segundo uma proposta de especialistas da Direcção-Geral da Saúde, noticiada hoje, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação directa de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.
O Governo criou uma ‘task-force’ para coordenar todo o plano de vacinação contra a covid-19, desde a estratégia de vacinação à operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas, tem um mês para definir todo o processo.
Um despacho publicado na quarta-feira em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, esta task-force tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.
Segundo explicou à agência Lusa o coordenador da ‘task force’ criada pelo Governo para definir todo o plano de vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, a proposta apresentada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) “não tem qualquer limite de idade para as pessoas internadas em lares”.
“A existir, será pelas características das próprias vacinas e não por uma escolha de quem tem responsabilidade de decidir quem deve ser vacinado, nomeadamente quem será vacinado numa primeira fase”, que abrangerá cerca de um milhão de pessoas, explicou.
Lusa
