António Cardoso quer auditoria às contas e acabar com os sub-23

António Miguel Cardoso considera que o Vitória Sport Clube tem “andado sem rumo” e “a dar guinadas em alguns projetos”. É desta forma que o candidato da Lista A aos órgãos sociais descreve o estado do emblema minhoto.
A SAD terminou a última época com um resultado negativo de 8,2 milhões de euros. Em entrevista ao programa RUM(O) Desportivo, o empresário apelida a gestão da área financeira de “desastrosa”, com “um aumento de custos de uma forma exagerada”. Dá o exemplo da duplicação do valor da despesa em dois anos e meio, o tempo da duração do mandato de Miguel Pinto Lisboa.
Se for eleito, uma das principais propostas nessa vertente passa por realizar uma auditoria às contas da SAD e do clube logo no imediato, assim como no final do triénio.
Segundo o acordo com o antigo acionista maioritário, Mário Ferreira, o Vitória SC vai ficar com 96,4% das ações da SAD, numa operação que custará 6,5 milhões de euros no total. Até ao momento foi apenas paga a primeira de três tranches, o suficiente para o clube deter a maioria do capital, tendo passado de 40% para 51%. O atraso na liquidação das restantes parcelas é algo que preocupa o candidato da Lista A.
“Existem cláusulas que é importante os sócios perceberem quais são. O Vitória pagou a primeira prestação e ficou com a maioria. Não pagando as próximas prestações, não sabemos se isto pode ser reversível. Não sabemos quais serão as penalizações”, argumenta, criticando a política “muita opaca e muito nebulosa” da direção de Miguel Pinto Lisboa.
Pepa é para manter e com “mais apoio”
O Vitória SC falhou a qualificação para as competições internacionais nas últimas duas épocas e, neste momento, está a 11 pontos da zona europeia do campeonato. Com “os orçamentos que teve”, António Miguel Cardoso não compreende a razão desse cenário e afirma que “falta alma vitoriana à equipa”.
Paralelamente, no seu entender, existe “uma desresponsabilização por parte da direção em relação ao que se tem passado de mal” e acusa-a de ter dado “carta branca” a Carlos Freitas, antigo diretor geral e desportivo, para “fazer tudo o que lhe apetecesse”. As críticas estendem-se à “falta de proximidade” que diz existir entre a administração e os jogadores e equipa técnica.
Tal como os outros candidatos, António Miguel Cardoso, que concorre sob o lema ‘Mais Vitória’, pretende que Pepa se mantenha como treinador. “Se formos eleitos, vamos continuar com o Pepa. O Pepa está muito sozinho, tal como os jogadores. Precisam de mais apoio, de ter as costas protegidas”, refere, alertando que é preciso o presidente “dar mais a cara quando as coisas correm mal”.
A contenção de custos, defendida pelo candidato, está também relacionada com cortes no futebol. Na sua visão, a equipa sub-23, que compete na Liga Revelação, deve ser extinta, devido “ao excesso de colaboradores e de logística”. No entanto, adverte que, para isso, é necessário chegar a acordo com a Federação Portuguesa de Futebol, organizadora da competição.
A ideia passa por relocalizar os jogadores desse plantel para clubes da região, através de empréstimos, para que depois possam voltar ao clube “mais preparados e com maior maturidade”. Devido à situação financeira, neste momento, a criação de novas modalidades, como o futsal, por exemplo, “não é uma prioridade”.
António Cardoso cauteloso em relação a novas infraestruturas
No que diz respeito às infraestruturas, o candidato da Lista A é da opinião que o Vitória SC precisa de “pressionar” a Câmara Municipal de Guimarães e outras entidades parceiras para que haja uma nova academia e mais um pavilhão.
No entanto, explica que esse tipo de projetos tem de ser desenvolvidos “a seu tempo”. Ainda nessa linha, considera importante potenciar “uma série de remodelações” no Estádio D. Afonso Henriques, com a disponibilização de novos camarotes, boxes ou cadeiras.
As eleições para os órgãos sociais do Vitória SC decorrem no sábado. António Miguel Cardoso enfrenta a concorrência de Alex Costa, da Lista B, e de Miguel Pinto Lisboa, da Lista C.
