“Famalicão e Gil Vicente foram duas das principais surpresas do campeonato”

Terminou este domingo a edição 2019/2020 da primeira liga de futebol. O FC Porto sagrou-se campeão, o SC Braga ficou na terceira posição, o Rio Ave garantiu o último lugar europeu e o Portimonense e o Desportivo das Aves desceram de divisão.
No entender de Diogo Matos, jornalista do Record, a equipa vila-condense foi uma das surpresas da competição, tendo em conta o objectivo alcançado e por ter “apresentado um bom modelo de jogo” durante a temporada. Na mesma categoria, o analista de futebol destaca as prestações de Gil Vicente e de FC Famalicão.
No caso dos famalicenses, Diogo Matos lembra que o clube regressou ao principal escalão 25 anos depois da presença anterior e que, “através de um futebol atrativo, com jogadores de qualidade, conseguiu ficar em sexto lugar”, lutando até ao fim com o Rio Ave pelo último posto que dá acesso às competições europeias.
Já os barcelenses acabaram na décima posição, com os mesmos 43 pontos que o Moreirense e o Santa Clara. Para o analista, é de “realçar o trajecto de uma equipa que chegou à primeira liga em condições muito específicas, subindo directamente do Campeonato de Portugal, e que se manteve na prova, com Vítor Oliveira ao leme, um dos principais obreiros do feito”.
Diogo Matos analisa prestações de SC Braga e Vitória SC
Fruto do triunfo frente ao FC Porto e da derrota do Sporting com o Benfica, o SC Braga terminou a prova na terceira posição, depois de uma campanha que “não foi nada fácil”, de acordo com Diogo Matos. “O Sporting de Braga teve cinco treinadores, o que não é nada normal. A equipa teve de se adaptar a diferentes estilos de jogo, a diferentes sistemas táticos. Além disso, fez uma excelente campanha na Liga Europa e venceu a Taça da Liga”.
Já o Vitória Sport Clube terminou a época no sétimo lugar, falhando o objectivo de chegar às competições europeias, o que motivou a saída de Ivo Veira do comando técnico. Na opinião do jornalista do Record, “apesar do bom futebol praticado pela equipa, exigia-se mais ao nível de resultados”.
Além do emblema de Guimarães, Diogo Matos aponta o Benfica, “que deixou escapar os sete pontos de vantagem que tinha em relação ao Porto” e que, a partir de determinado momento da época, “mostrou incapacidade de produzir bom futebol”, e o despromovido Portimonense, que “tinha um plantel muito interessante”, como as desilusões da prova.
Analista desportivo destaca Paulinho e Pedro Gonçalves
Do ponto de vista individual, Carlos Vinícius sagrou-se o melhor marcador do campeonato. Apesar de ter apontado o mesmo número de golos que o colega de equipa Pizzi e que Mehdi Taremi, atleta do Rio Ave, 18, o avançado do Benfica conquistou o prémio por ter feito menos minutos na competição.
Na quarta posição da lista ficou Paulinho, com menos um golo. Diogo Matos elege o ponta de lança do SC Braga com uma das figuras do campeonato, a par do atleta iraniano do Rio Ave e de Jesús Corona, do FC Porto, que considera que foi o “melhor jogador da prova com alguma margem”.
Em relação ao atleta revelação, o jornalista do Record destaca a prestação de Pedro Gonçalves, médio do FC Famalicão, que chegou da equipa sub-23 do Wolverhampton no início da época.
Os efeitos da pandemia e a “perda de qualidade” do futebol português
A temporada 2019/2020 fica marcada pela pandemia, que obrigou à suspensão do campeonato durante três meses. Para o analista de futebol, é “inegável que a pandemia teve uma influência muito grande naquilo que foi o desfecho do campeonato”.
Além disso, Diogo Matos reflecte sobre a qualidade de jogo apresentada na competição. “Não foi propriamente um campeonato bem jogado. Fica a sensação de que o futebol português tem vindo a perder alguma qualidade nos últimos anos e que será necessário algum entendimentos entre os clubes para perceber melhor como é que o futebol português pode funcionar para que a situação se altere”.
Pedro Manuel Magalhães e Tiago Barquinha Gonçalves
