Ana Gomes. “Candidato-me pelos jovens, este país tem que ser para eles”

Em Braga, Ana Gomes reafirmou a vontade de ter os jovens ao seu lado, se for eleita, no próximo domingo, Presidente da República.
“Candidato-me pelos jovens, este país tem que ser para eles, porque, dessa forma, será muito melhor para os pais e avós e permitirá que haja solidariedade intergeracional”, afirmou a candidata apoiada pelo PAN e pelo Livre.
Aos 66 anos, a jurista defende que “as vozes e reclamações dos jovens sejam ouvidas e seguidas”.
Por isso mesmo, se for a escolha dos portugueses nestas eleições presidenciais, Ana Gomes promete “nomear um jovem para o Conselho de Estado e nomear um Conselho de Jovens” para que possa ser “aconselhada permanentemente, com pluralidade”. “Interessa-me, como Presidente da República, ter o ponto de vista dos jovens de como resolver os seus problemas, que são o grande desafio que todos os portugueses têm pela frente. Temos que mudar a estrutura produtiva, reforçar estado social e criar emprego de qualidade sem precariedade, com salários e carreiras aliciantes, para não continuar a empurrar os jovens para a emigração”, acrescentou.
Depois do presidente da Associação Académica da Universidade do Minho ter defendido a suspensão imediata das aulas presenciais, Ana Gomes reconhece que o encerramento das escolas tem um “custo social elevado”, relacionado com o “agravamento das desigualdades”, cabendo, por isso, ao Governo “fazer essa avaliação”.
No entanto, ressalva, “já estão a admitir que este tenha que ser o próximo passo”.
Se abstenção se fixar entre os 60 e 70% “é uma derrota para a democracia”
As presidenciais de domingo podem registar uma abstenção recorde, entre os 60% e os 70%, devido ao medo da pandemia de covid-19, ao desinteresse dos eleitores e por haver um candidato favorito, segundo especialistas ouvidos pela Lusa. Ana Gomes diz-se “apreensiva e preocupada”, considerando que, a verificarem-se estes números, “é uma derrota para a democracia”. A candidata atribui culpa ao atual Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, por ter “determinado a data das eleições no último dia do prazo, não deixando espaço para as autoridades considerarem alternativas e tomarem medidas, que podiam ter sido legisladas para dar alternativas aos cidadãos confinados”. “É ridículo irmos votar num boletim que é encimado por um candidato que não é candidato, porque não tiveram tempo de corrigir a impressão dos boletins de voto”, criticou ainda.
Em Braga, distrito de onde é natural Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes disse estar “confiante nos portugueses, que sabem que precisamos de mudança para ter um país melhor e mais justo”. “Se querem o mesmo, escolham Marcelo Rebelo de Sousa, se querem mudança, com força e com quem vai defender os seus direitos, votem em mim”, apelou.
Ana Gomes visitou o projeto Virar a Página , que considera ser um exemplo da “força da sociedade civil”, que “responde a pedidos de outras organizações oficiais”. “É um exemplo a replicar noutros locais do país, é uma resposta social notável”, afirmou.
As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
