Amar e Servir Braga quer tram-train a ligar o concelho e estação de alta velocidade em Ferreiros

O movimento independente Amar e Servir Braga quer implementar no concelho um tram-train, um meio de transporte elétrico híbrido adotado por cidades como Sevilha ou Cádis.

Ricardo Silva dedicou o primeiro dia de campanha à mobilidade. Em Ferreiros, junto ao apeadeiro, o candidato à Câmara explicou que “não pretende desperdiçar o financiamento” conseguido para o Bus Rapid Transit (BRT), mas apela ao atual executivo que equipe o traçado com carris. “A nossa ambição é evoluir para um sistema em que progressivamente vamos deixar o BRT e vamos evoluí-lo para um tram-train”, apontou. Ricardo Silva explicou ainda que este meio de transporte “além de operar como um metro de superfície, vai permitir entrar na ferrovia pesada e vai poder operar nestes 12 quilómetros, até Arentim, negociando ainda com as autarquias vizinhas e entrar em Barcelos e em Famalicão, para captar todo esse público, evitando as deslocações em automóvel”.

O objetivo é, até 2037, criar quatro linhas, num total de 47 quilómetros.

Ainda sem um orçamento totalmente definido, o candidato compromete-se “a reivindicar junto do Governo Central aquilo que tem de ser um ato de justiça para a Braga, mas também perceber quais são as movimentações ao nível dos financiamentos europeus”.

A linha 1 ligaria Arentim a S. Mamede de Este, numa extensão de 10 km e serviria a zona histórica de Braga. A Linha 2 teria início em Lomar seguindo pela Av. Miguel Torga, Av. Dr. Francisco Salgado Zenha, Av. Frei Bartolomeu dos Mártires, Av. Padre Júlio Fragata até ao limite do Concelho de Braga junto ao Rio Cávado, numa extensão de 12 quilómetros, que atravessa o concelho de Sul a Norte.

A ideia seria avançar com duas outras linhas urbanas, uma entre o Estádio 1.º de Maio e o Cemitério. Será estendida para sul, através da N101, até às proximidades do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Braga, e para Nordeste, para servir as Sete Fontes e o Hospital Central de Braga numa extensão de sete quilómetros.

Batista da Costa, que apoia o movimento Amar e Servir Braga, lembrou, esta manhã, que estavam previstas duas linhas de BRT em Braga, considerando que “nenhuma dela se fez, mas não foi por falta de dinheiro, porque recursos financeiros não são problema em investimentos deste tipo”. O também antigo diretor do Metro do Porto lembrou que cada veículo, na Invicta, custou “entre 2,5 e 2,8 ME”, mas os custos de operação são mais baratos do que os de um autocarro. “Em Sevilha a bilhética cobre toda a despesa de operação e liberta tesouraria para as infraestruturas”, apontou ainda.

Ricardo Silva defende Estação de Alta Velocidade em Ferreiros

Em matéria de mobilidade, o candidato considera ainda que a instalação da Estação de Alta Velocidade em Semelhe deve ser revertida. O independente acredita que Ferreiros é uma localização estratégica, tendo em conta a ligação à ferrovia e às auto-estradas.

“Entendemos que fruto de uma centralidade que Ferreiros tem esta deve ser a casa-mãe dessa estação de alta velocidade, precisamente por causa do seu anel central”, denotou Ricardo Silva.

Com uma localização que coloca a freguesia a “16 quilómetros dos concelhos vizinhos”, a instalação da estação nesta região “permitirá potenciar ligações em bypass para outros concelhos”. Além disso, acrescentou o candidato, “permite adotar um sistema como regrante, em que faz a distribuição para utilizar as ligações à A3 e à A11, e entrando também na cidade, com o tram-trein”. Por isso, Ricardo Silva entende que há “vantagem que a alta velocidade seja situada numa zona central e não numa zona periférica”.

De acordo com Baptista da Costa, as deslocações em Braga passaram de 120 para 150 milhões, entre 2011 e 2024. No entanto, a quota modal manteve-se nos 9%.

Crítico do BRT, o antigo administrador dos Transportes Urbanos de Braga lamenta que “os pontos de estrangulamento, como na Universidade, não têm um canal próprio”. “Não tem projetos de execução, não tem licenciamentos aprovados, ou seja, é impossível construir a linha vermelha do BRT nos prazos definidos pelo PRR”, afirmou. “Nos TUB devem ser delegadas competências de mobilidade do concelho, nomeadamente na gestão dos semáforos, do Centro Coordenador de Transportes, dos Sensores e Contadores de Tráfego, Estacionamento automóvel e do BikeSharing. Os TUB terão de alargar os horários, aumentar as frequências, participar ativamente no desenho de vias bus com prioridade aos transportes coletivos, assim como na localização dos abrigos e WC públicos junto de paragens”, apontou ainda. 

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Liliana Oliveira
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