Alteração da designação dos politécnicos pode “uniformizar” sistema de ensino

O reitor da Universidade do Minho teme que a alteração da designação de institutos para universidades politécnicas venha uniformizar e, simultaneamente, desvalorizar este tipo de ensino. Rui Vieira de Castro abordou esta temática durante a cerimónia, esta quinta-feira, dos 110 anos da Escola Superior de Enfermagem.
O responsável máximo da instituição de ensino superior minhota comentou também a possibilidade destas instituições atribuírem o grau de doutor. Neste momento apenas as universidades têm autorização para promover essas formações de terceiro ciclo.
À RUM, Rui Vieira de Castro declara que na sua ótica “mais importante que discutir quem outorga ou não o grau de doutor ou a designação das instituições é discutir o ensino superior no seu conjunto”. Para o responsável máximo da academia minhota temas como o financiamento, articulação entre o ensino e a investigação ou captação de novos públicos é mais urgente. “Não vejo em que medida estas questões são endereçadas pelos dois temas agora em discussão”, remata.
Rui Vieira de Castro receia que, nos próximos anos, o país contabilize mais de 30 universidades que poderão ficar desertas ou ser obrigadas a fusões, visto que a população portuguesa continua a diminuir.
Recorde-se que a 24 de junho, o parlamento aprovou, na generalidade, a possibilidade de os institutos politécnicos poderem atribuir o grau de doutor e de as instituições adotarem a designação de universidades politécnicas. A votação final global, depois das apreciações na especialidade, será a 25 de novembro.
