ACB estima perdas na ordem dos “300 ME nos sectores mais afectados”

O presidente da Associação Comercial de Braga estima perdas de facturação na ordem dos 300 milhões de euros nos sectores mais afectados pela pandemia, em Braga.
A cidade dos arcebispos acolheu, esta sexta-feira, a conferência Portugal que Faz, promovida pelo Novo Banco em parceria com a ACB.
Apesar das dificuldades, Domingos Macedo Barbosa referiu que sectores como o “tecnológico, construcção civil e metalomecânica praticamente não sentiram a crise”. Em sentido inverso, e ainda que a cidade tenha “uma dinâmica económica muito grande, estando no top 10 ao nível da exportação, as dificuldades centram-se na restauração, alojamento e comércio de artigos de moda, que se reflecte em quebras de facturação, nestes meses, de 300 milhões de euros”. “Braga, nestes sectores, está a passar muitas dificuldades”, acrescentou.
Nesta região, “as grandes empresas tiveram quebras de facturação na ordem dos 9%, que corresponde ainda assim a 115 milhões de euros, abaixo da média nacional que se aproxima dos 13%”.
Também o desemprego aumento “20%”, passando a constar nos centros de emprego aproximadamente “7.500” bracarenses.
Sem medidas efectivas, ACB prevê que “um número significativo de empresas encerrem em Braga, durante o próximo ano”
As ajudas do Estado central foram alvo de críticas por parte do presidente da ACB, nomeadamente o programa Apoiar.Pt, recentemente apresentado. “A referência para as candidaturas tem que ser a média da faturação do ano ano da pandemia, quando deveria ser a do ano anterior, uma vez que, se as verbas vem percentualmente em função das vendas trata-se de uma injustiça grande”, apontou Domingos Macedo Barbosa. Além disso, a ACB discorda da “exclusão das médias empresas, já que é esse o tecido empresarial do país, e da verificação do cumprimento da situção perante o fisco durante a pandemia”, período em que as empresas começaram a sentir dificuldade em cumprir com as obrigações fiscais.
Para ajudar verdadeiramente o sector, a Associação Comercial de Braga sugere “o perdão de 50% das rendas comerciais entre Abril de 2020 e Março de 2021, triplicar os valores previstos para o programa Apoiar.pt e a criação de um regime especial de pagamento em prestações de impostos, sem vencimento de juros, bem como a criação de um regime especial de pagamento em 12 prestações das retenções em IRS”. Além disso, o presidente da estrutura propõe ainda “a entrega dos valores do IVA cobrado e a suspensão das obrigações administrativas relativas ao SAF.Te e QR Code”
Sem as medidas que a ACB propõe, Domingos Macedo Barbosa prevê que “um número significativo de empresas encerrem em Braga, durante o próximo ano”.
“Se não houver estímulos fiscais para capacitar as empresas, não há condições para fazerem a sua transição para o digital e para poderem competir a nível europeu e mundial”, referiu ainda.
O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, apontou Braga como exemplo “na aposta tecnológica e novas tecnologias”. “Um produto feito em Portugal, na área do vestuário, é muito valorizado em qualquer parte do mundo. Somos vistos como alguém que fabrica produtos com inovação, design, qualidade e sustentabilidade. Sabermos divulgar o que fazemos é uma oportunidade para vermos grande a nível global, temos que vender no mundo, porque o que fazemos é diferente, melhor e mais inovador”, finalizou.
