Abandono escolar precoce de jovens com deficiência é mais do triplo do dos que não a têm

Apesar dos progressos registados nos últimos anos na área da educação inclusiva, os jovens com deficiência em Portugal abandonam o sistema mais cedo, antes de completar o ensino secundário, do que os colegas sem deficiência.
Segundo o jornal PÚBLICO, que cita o mais recente relatório do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos, que é publicado nesta quinta-feira, em 2022, a taxa de abandono escolar precoce entre os jovens com deficiência, com idades entre os 18 e os 24 anos, atingiu os 21,4%, mais do triplo da verificada entre os jovens sem deficiência, que foi de 5,9%. Este valor ultrapassa também a média da União Europeia, situada nos 19%.
Mas as dificuldades enfrentadas por esta população vão para além da escola. A transição para o mercado de trabalho continua a ser marcada por barreiras significativas. No setor privado, menos de 1% dos trabalhadores têm algum tipo de deficiência; no setor público, esse número é de cerca de 3%.
Estas conclusões fazem parte do relatório ‘Pessoas com Deficiência em Portugal – Indicadores de Direitos Humanos 2024’. O documento revela que, entre 2015 e 2022, embora a taxa de abandono escolar tenha diminuído globalmente, há um fosso que não diminuiu nesse período, uma vez que se agravou o abandono escolar precoce entre quem tem deficiência e quem não a tem.
c/ PÚBLICO
