AAUMinho justifica prejuízo com dívidas de outras entidades e aumento do custo dos transportes

Apesar do prejuízo de 247 mil euros até setembro, a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) acredita que vai chegar ao final do ano com “um resultado muito próximo do positivo ou até mesmo positivo”. A apresentação da execução orçamental, em sede de Reunião Geral de Alunos, coube à tesoureira da direção.
No capítulo dos transportes, a estrutura estudantil registou um diferencial desfavorável de 116 mil euros, conjugando 350 mil de despesa e 234 mil de receita. Um dos autocarros sofreu “uma avaria muito grave”, que levou a uma despesa adicional de 40 mil euros.
A nível estrutural, Aléxia Araújo explica que o serviço se tornou “ainda mais desafiante”. Além do aumento do preço, em 32%, exigido pela empresa subcontratada, a partir de setembro de 2022 – a AAUMinho fez crescer o valor dos bilhetes em apenas 10%, já que se trata de um serviço de cariz “social” -, a associação teve “a necessidade de reforçar o número de autocarros e de linhas”. “A Comunidade Intermunicipal do Cávado, a nossa principal concorrente, começou a cobrar 3,95 euros por viagem, em vez de 1 euro, e os alunos acorreram todos ao nosso serviço, o que fez crescer a afluência”, explica.
Na alínea dos fornecedores, clientes e outras entidades, a estrutura liderada por Margarida Isaías contabiliza um défice de 101 mil euros. Apesar de “ainda não se encontrarem diferidos e publicados até setembro apoios como os prestados pela Universidade do Minho e pelos Serviços de Ação Social”, Aléxia Araújo adianta que, nas últimas semanas, a direção tem procurado “fechar esses dossiês nos respetivos conselhos de gestão”.
Considerando que “a perspetiva é muito positiva” para os últimos três meses do mandato, enaltece o impacto que iniciativas como o Enterro da Gata – registou um lucro de 65 mil euros, mais 15 mil que em 2022 – têm para “garantir a saúde financeira” da AAUMinho.
CFJ emite parecer favorável mas deixa reparos
O Conselho Fiscal e Jurisdicional apresentou um parecer favorável ao documento, elogiando o compromisso da associação em saldar as dívidas, assim como a aposta nas vertentes desportiva, cultural e recreativa.
Por outro lado, o presidente do órgão aponta como críticas “o investimento excessivo” em merchandising (a AAUMinho optou por comprar roupa e materiais em grande quantidade, de forma “a ficar menos dispendioso”, numa perspetiva de longo prazo) – e na alínea da política educativa (a justificação prende-se com “a importância de representar os estudantes” junto de diferentes órgãos e entidades do país).
Já a Gata na Praia, sugere Pedro Antunes, deve ser encarada de outra forma, do ponto de vista financeiro. “A Gata na Praia teve um resultado negativo de quase 4 mil euros. Entendemos que um departamento, como o Desportivo, que já carrega tanto investimento, deve apresentar uma visão estratégica em relação a essa atividade que passe por gerar algum lucro ou pelo menos ter alguma sustentabilidade financeira”, argumenta.
