AAUMinho cria Secção de Estudantes Africanos para “melhorar experiência académica” dos alunos

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) criou a Secção de Estudantes Africanos (SEA). Trata-se de uma das novidades para o mandato de 2024, de acordo com os planos de orçamento e atividades, apresentados na última Reunião Geral de Alunos.

A estrutura, neste momento composta por 20 elementos, é liderada por Tito Correia. O aluno angolano explica que o objetivo passa por promover a inclusão, marcando “mais presença” nas atividades da academia. Por norma, refere, há dificuldades de adaptação para este grupo de estudantes, deixando “muitas cadeiras para trás”, o que torna a experiência “frustrante”. Além disso, assinala o aluno licenciado em Economia e que frequenta o segundo ano do mestrado em Finanças, há a intenção de “conhecer mais a cultura portuguesa”.

“Queremos ter uma experiência académica melhor. Não queremos terminar o terceiro ano a dizer que só fizemos testes (…) Se conversarem com um africano que fez o curso aqui, não vai dizer que teve uma experiência interessante”, conta.

Para este primeiro ano de atividade, a associação académica destinou 800 euros para a Secção de Estudantes Africanos, estando previstos uma roda de conversa, em março, um evento desportivo, em abril, e a celebração do Dia Mundial de África, a 25 de maio. A presidente da AAUMinho reconhece que o órgão de representação estudantil “não tinha conhecimento das muitas dificuldades” agora descritas e, que, a partir do momento em que começaram a ser relatadas, foi iniciado o contacto para a criação da estrutura. O processo durou um ano.

Idealmente “não seria preciso” ter uma unidade como esta, mas, segundo Margarida Isaías, torna-se fundamental para “integrar os alunos na academia”. “São muitas as dificuldades, mesmo académicas. Vêm de outros países, com um ensino secundário muito diferente do nosso, e acabam por não ter muitos apoios aqui”, sintetiza.