“A votação acaba por ser um espelho do que a sociedade está a pensar”

João Carlos Macedo, do Movimento Cívico Direito a Morrer com Dignidade, saúda a aprovação dos cinco projectos de lei que despenalizam a eutanásia. Em declarações à RUM, considera que o “primeiro passo” está dado para que a medida entre posteriormente em vigor.

As cinco propostas do PS, BE, PAN, PEV e IL foram aprovadas esta quinta-feira na Assembleia da República. Não escondendo que estava “quase a 100% convicto de que, pelo menos, um dos projectos ia passar”, o representante do movimento afirma que estes resultados “acabam por ter uma expressão significativa”.

“São cinco projectos que vão ser apreciados em sede de especialidade. Isso parece-me fundamental porque todos os projectos, apesar de terem muitas semelhanças, apresentam pequenas diferenças que serão discutidas. E daí sairá uma lei que será efectivamente melhor para a sociedade”, justifica.

Olhando para o resultado da votação, João Carlos Macedo não tem dúvidas em afirmar que “o parlamento é um espelho do que as sociedade está a pensar”, acrescentando que “os poucos estudos que se fizeram sobre o assunto” mostram essa evidência.

Com a aprovação dos cincos projectos, as propostas vão ser discutidas na especialidade de forma a alcançar um texto comum, que depois terá de ser aprovado na especialidade numa votação final global. O representante do movimento considera que “a questão da eutanásia se realizar no privado ou no público, o número de profissionais que estarão presentes e a composição da comissão que vai avaliar os diferentes casos” são alguns dos temas que têm de ser aprimoradas.

Continuação da discussão é “um serviço à sociedade”

Além de ver com bons olhos a aprovação dos documentos no parlamento por ser o primeiro passo para a eventual promulgação da lei, que caberá ao Presidente da República, João Carlos Macedo destaca ainda outra vantagem que advém do resultado conhecido esta quinta-feira.

Para o representante do movimento cívico, o facto do tema continuar a ser discutido trata-se de “um serviço à sociedade”. “Isto acaba por ser muito importante para o tal amadurecimento que muitos apontavam que estava deficitário. Vamos continuar a falar sobre a morte assistida, o fim de vida e os cuidados paliativos”, esclarece.

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Tiago Barquinha
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Sérgio Xavier
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