“A solução da crise democrática que vivemos é a educação”

A presidente da Associação Académica da Universidade do Minho pretende que o ensino superior funcione como um exemplo de consciência cívica para a sociedade. O assunto foi abordado na cerimónia do 50º aniversário da academia minhota, este sábado, no Largo do Paço.


Num paralelismo com o cinquentenário do 25 de Abril, Margarida Isaías lembra que “os estudantes estiveram na primeira linha na luta contra o regime ditatorial” e que “a democracia de hoje não seria a mesma sem a luta estudantil”. Contudo, alerta que “a democracia e a liberdade estão agora em risco e, por isso, também a educação e as universidades”.

“Falta quebrar a cultura de normalização de pequenas corrupções, abusos de poder ou tráfico de influências, no dia-a-dia de cada um de nós, com as pequenas cunhas e os pequenos favores. Práticas aparentemente inofensivas que alimentam uma cultura de desonestidade e de impunidade e que abrem o caminho para formas mais graves de corrupção”, detalha.

Tudo isto, explica, leva a que a geração da aluna de Medicina de 24 anos tenha “crescido na descrença e na desconfiança política”, com “muitos jovens sem vontade de exercer o direito de voto”. “Outras gerações mais novas”, alerta, têm “os primeiros contactos políticos através de vídeos, tiktoks, reels ou tweets, com declarações curtas, populistas e promotoras de ódio”. 

Presidente da AAUMinho alerta para falta de representatividade dos estudantes

De acordo com Margarida Isaías, “a solução da crise democrática não é a desistência da democracia, mas sim a educação”. Isso deve ser feito, sugere, através de “uma universidade sem barreiras, numa cidade conhecida por deixar a porta aberta”. 


“Não podemos ter um ensino meramente baseado no currículo, temos de ter um ensino superior completo […] O combate à corrupção nos líderes começa na sociedade, começa em cada um de vocês, nós, e começa na educação. Na educação, pelos valores da honestidade, da transparência, da justiça e da democracia. Falta ouvir os estudantes e não apenas dar-nos a palavra, falta dar-nos a representatividade”, argumenta.

A líder da AAUMinho elege ainda as propinas, o alojamento, os transportes, a ação social, o combate ao assédio, a luta pela igualdade de género, a saúde mental e “os empregos dignos” como prioridades relacionadas com a academia minhota e o ensino superior.

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Tiago Barquinha
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