A primeira tuna feminina da Universidade do Minho surgiu há trinta anos

A Gatuna, Tuna Feminina da Universidade do Minho, celebra esta sexta-feira, 28 de abril, trinta anos de existência. Tudo começou com um pequeno grupo de estudantes da instituição, com elementos de Braga e Guimarães, com uma paixão por tunas e instrumentos musicais. Três décadas depois, um dos grupos culturais mais emblemáticos da academia minhota, soma a passagem de mais de oitenta gatunas e muitas histórias e aventuras para contar, a começar pelo primeiro festival internacional que organizaram, em 1995, no Theatro Circo. A noite de hoje é de festa e reunião, com um jantar de gala que celebra o histórico de trinta anos de ensaios, digressões e amizades para a vida.

Nos estúdios da RUM juntaram-se duas gatunas, uma das fundadoras, Ana Bela Vieira, e um dos elementos recentes da tuna, integrado em 2021, Eduarda Ribeiro.

Tudo começou em 1992, data em que a UMinho contava apenas com duas tunas, ambas masculinas. Por essa razão, um grupo de dez alunas “com paixão pela música decidiram que gostavam de integrar um grupo”, começa por justificar Ana Bela Vieira. No início, as dificuldades e desafios eram vários: poucos instrumentos e falta de um espaço definido para ensaios. “Alguns elementos tocavam guitarra e tinham as suas guitarras, outras não tinham qualquer formação musical nem sabiam tocar instrumentos. Nalguns casos, cada uma comprou o seu e fomos ensaiando assim até que a Gatuna teve algum apoio e suporte e que foi possível depois comprar os instrumentos da tuna”, acrescenta Ana Bela, agora menos presente nas atuações regulares da tuna. Sem telemóveis e redes sociais, os ensaios eram marcados em cafés ou restaurantes até que a Universidade do Minho disponibilizou salas de ensaio na Rua D. Pedro V que, trinta anos depois, continua a ser o ponto de encontro.

Um primeiro festival internacional – Trovas – que por pouco não tinha qualquer tuna estrangeira


O primeiro festival internacional de Tunas organizado pela Gatuna, o Trovas, aconteceu em outubro de 1995 e ficou marcado por uma verdadeira aventura recordada por Ana Bela Vieira nesta entrevista. “O primeiro festival era internacional, as tunas comprometeram-se a vir, na altura por fax e por rede fixa, e chegou à altura e as tunas comunicaram que não podiam vir, ou seja, tínhamos cartazes para um festival internacional e não tínhamos tunas [internacionais]. Dois dias antes, pedimos uma carrinha à Associação Académica da Universidade do Minho e fomos a Santiago de Compostela para a universidade, tentar encontrar elementos, e encontramos. Elas eram cinco ou seis, vieram num carro e foi possível ser um festival internacional. Foi muito giro”, recorda.

Até  aos dias de hoje contam-se 87 gatunas e quinze caloiras. Eduarda Ribeiro, que integra a Gatuna desde 2021 refere que os ensaios “continuam a ser às terças e quintas” com a possibilidade de nos dias de hoje chegarem mais facilmente à comunidade académica “através das redes sociais” e das diferentes iniciativas preparadas para “o acolhimento anual dos novos estudantes”. Por atuação garantem, regra geral, pelo menos vinte elementos em palco.

Além da participação em festivais de tunas e Enterro da Gata, a Gatuna é constantemente solicitada para atuações em cerimónias, casamentos e até festas locais. 

Em outubro, Eduarda Ribeiro antecipa um Trovas com uma forte adesão de todas as gerações, nomeadamente elementos que já não residem nas cidades de Braga e Guimarães. “No Trovas, todas as gerações ao máximo aderem”, explica. Em palco estimam a presença de mais de cinquenta elementos, ainda que não haja nesta fase um número predefinido.

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Elsa Moura
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