‘A Cidade e as Serras (Não é Eça)’ sonha com século XXII, mas esbarra no despovoamento

Como o título indica, as semelhanças d’A Cidade e as Serras (Não é Eça)’ com a obra queirosiana ficam só pelo nome. O conteúdo do espetáculo do Teatro Regional da Serra do Montemuro pode ser conhecido esta quinta-feira, às 21h30, na sala principal do Theatro Circo, em Braga.


Com texto e encenação de Ricardo Alves, a performance retrata Terras de Sol Posto, uma aldeia no meio das serras, onde Idalécio e Amândio são os únicos habitantes. Segundo o ator Eduardo Correia, as personagens são “confrontadas com a possibilidade de renovação de investimentos públicos e privados para transformar a aldeia, através de alguns projetos”. 

Entre as ideias, alavancadas pelo chamariz dos fundos comunitários, está a criação de um lar de terceira idade ou a constituição de uma mina de lítio, “entrando diretamente no século XXII”. “A verdade é que, que como tudo é tão frágil, esses projetos não avançam e a aldeia não fica na mesma. Fica pior”, assinala em entrevista à RUM.


Localizado em Castro Daire, o Teatro Regional da Serra do Montemuro procura explorar alguns dos flagelos do interior do país, como a desertificação ou a dicotomia entre a ruralidade e o meio urbano. Nessa linha, as noções de “abandono” e “despovoamento” estão bem presentes no espetáculo.

A peça ‘A Cidade e as Serras (Não é Eça)’ estreou em junho, em Cinfães, e foi pensada para apresentar ao ar livre, algo que aconteceu em algumas aldeias do interior do país. Ainda assim, Eduardo Correia esclarece que “não é necessária qualquer adaptação” às salas de espetáculo, recordando que já esteve em cena na Casa das Artes do Porto.

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Tiago Barquinha
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Sara Pereira
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