ELACH celebra 50 anos apostada na renovação dos currículos e do corpo docente

A Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho (ELACH) quer ser a primeira universidade a formar professores de chinês em Portugal. A ambição foi apontada, esta segunda-feira, pela presidente da escola durante a cerimónia de arranque das comemorações dos 50 anos da ELACH, onde foi anunciada também a implementação de um prémio de mérito pedagógico a partir do próximo ano.

Em tempos, “a primeira universidade do país” a oferecer uma licenciatura em estudos orientais e um mestrado em português-chinês, a ELACH quer, agora, voltar a marcar o caminho dos estudos asiáticos no país. De acordo com Cristina Flores, a necessidade é certa e o trabalho já arrancou, uma vez que já existem disciplinas relacionadas com estes idiomas disponíveis nos programas pedagógicos de algumas escolas e “neste momento, os professores relacionados a essas disciplinas não são professores formados na via do ensino”. Este é também o caso dos docentes que fazem parte do Departamento de Estudos Asiáticos da ELACH que são “formados na área da cultura, da linguística e didática do chinês e do japonês” e que não estão a ser aproveitados para estas funções.

“Não há um grupo de chinês nas escolas, mas já existe mandarim como disciplina que pode ser escolhida em várias instituições, inclusive em Braga. Neste momento, os professores relacionados a essas disciplinas não são professores formados na via do ensino e, portanto, temos esse projeto de sermos a primeira universidade a ter um curso de formação de professores de chinês”, diz.

A esta novidade somou-se outra: a implementação do prémio de mérito pedagógico, a partir do próximo ano, de forma a “reconhecer o trabalho dos docentes, que têm de facto um papel muito importante na formação das jovens mentes”.

Renovação do corpo docente é um desafio futuro da ELACH

Este projeto é particularmente relevante para a escola, uma vez que, neste momento, a ELACH depara-se com o envelhecimento do corpo docente e a o aumento da frequência das aposentações. “Estamos agora numa fase em que muitos dos professores, grandes nomes nas suas áreas, vão se aposentar e isso significa que teremos, agora, nos próximos três a cinco anos muitas áreas que vão ficar sem docentes”, alerta.
A este desafio junta-se, ainda, o fraco estado de preservação das instalações. A climatização ineficiente, a falta de luz natural e o mau estado dos equipamentos são alguns problemas traçados pela presidente.

Cristina Flores acredita que a reitoria receberá bem este desafios, até porque a escola também pretende colaborar na sua solução. “Espero uma boa colaboração e quero também reafirmar que a nossa escola quer fazer parte das soluções. Nós vamos renovar a nossa oferta letiva para torná-la mais eficiente, mais atrativa”, sublinha.

Para Pedro Arezes, reitor da UMinho, estas são preocupações, que “estão sinalizadas e são do conhecimento da reitoria”, e que precisam ser “analisadas em conjunto e de forma geral com todas as escolas”.

“Não há nenhuma escola que seja uma ilha isolada, isto é um campo geral, mas a verdade é que, de facto, temos isso bem identificado e estamos, agora, a começar e a tentar perceber exatamente a forma de atacar estas questões”, assegura.

Quanto ao plano de “reinvenção” que a escola pretende colocar em ação, o reitor acredita que este, não só é a forma como a “relevância da escola se manifesta” como também “é parte daquilo que é a identidade da Universidade do Minho”.

ELACH celebra 50 anos com atividades durante toda a semana

De acordo com Ana Gabriela Macedo, docente jubilada do Departamento de Estudos Ingleses e Norte-Americanos da Universidade do Minho, e presidente da Comissão dos 50 anos da ELACH, o programa que a escola preparou para a celebração é o “mais conciso possível” e adaptado às exigências do alunos.

Além de abarcar muitos espaços, em Braga e em Guimarães, dentro e fora dos campi, as atividades decorrem a partir das 17H00 “para permitir que os estudantes, que não estejam em aulas, aproveitem as atividades”.

O destaque do programa vai para as cinco mesas redondas, uma em cada dia de programação, mas a semana conta também com exposições, sessões de cinema e música, performances e “uma grande festa gastronómica” aberta a toda a comunidade UMinho.

O programa completo pode ser acedido através do link.

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José Brás
José Brás

Jornalista na RUM

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Abel Duarte
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