De Cabul para Braga: Jovem Orquestra Afegã atua no Theatro Circo este sábado

Mais do que uma viagem pelas sonoridades afegãs, o público vai poder ouvir e sentir em “cada nota, um protesto”. A Jovem Orquestra Afegã (JOA) sobe, pela primeira vez, ao palco da Sala Principal do Theatro Circo, este sábado, 23 de setembro, pelas 18h00, para “celebrar a força da juventude e o poder transformador da música”.

Exilados em Braga desde 2022, depois da tomada do poder pelo regime talibã, cerca de 50 jovens afegãos integram a JOA como forma de protesto “pela igualdade de género e pelo direito à cultura”.

O Afghanistan National Institute of Music (ANIM) nasceu em 2010 em Cabul, capital do país, pelas mãos de Ahmed Sarmast. Com a retirada das tropas norte-americanas do país, em 2021, e a subsequente instauração do regime repressivo talibã, “que proíbe todo o tipo de produção cultural”, o instituto, “o primeiro e único do género no Afeganistão”, foi encerrado e saqueado.

De acordo com Mariana Quesada Bernardo, gestora no ANIM, cerca de 250 alunos e professores “encontraram em Braga e Guimarães o ponto seguro” para viver.

“O instituto pediu ajuda a todos os países onde a orquestra já tinha atuado. Portugal foi um deles. Em 2021, iniciou-se o processo e em 2022 chegaram a Portugal. Braga e Guimarães foram as cidades que melhor proporcionaram a reunião do grupo”, revela.

A integração “correu muito bem”, tanto é que a orquestra é constituída, também, por outros alunos portugueses do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, uma das escolas onde foram recebidos “muito bem”, assegura Mariana Quesada Bernardo.

“Cada nota é uma nota de protesto”

Durante o concerto, o público pode esperar “uma viagem ao Afeganistão”. O espetáculo, construído à volta de um repertório de peças totalmente afegãs, e dirigido pelo maestro Tiago Moreira da Silva, integra instrumentos clássicos e instrumentos tradicionais afegãos. Mais do que a sonoridade, os instrumentos e o espetáculo, Mariana Quesada Bernardo sublinha a força de “cada nota como uma nota de protesto” contra a repressão.

Este concerto é parte de uma digressão internacional que já passou por palcos como o Carnegie Hall, o Festival Beethoven de Bona e as Nações Unidas, em Genebra.

O bilhete para assistir ao concerto no Theatro Circo custa 12 euros (seis com Cartão Quadrilátero), valor que reverte na totalidade para o ANIM,e pode ser adquirido na bilheteira e online.

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Redação
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