BE. António Lima e Alexandra Vieira apresentam-se para combater política contra as pessoas

Foi junto ao terreno onde está a ser construído o ginásio Supera, na Rua Luís Soares Barbosa [tantas vezes notícia no presente mandato] e de forma simbólica para mostrar “o que não se deve fazer numa cidade”, que o Bloco de Esquerda lançou oficialmente a sua candidatura à Câmara Municipal de Braga, esta quarta-feira.
“Fazer cidade com e para as pessoas” é o mote da candidatura. Aos jornalistas, o candidato António Lima acusou o atual executivo, liderado há doze anos pela coligação Juntos por Braga, de “sucessivamente ser forte com os fracos e fraco com os fortes” dando o exemplo do edifício Supera, em fase de construção junto a vários prédios habitacionais e que desde o início foi contestado pelos moradores por se tratar de uma zona onde a autarquia plantou árvores com o objetivo de promover aquela zona como espaço verde para ser usufruído pela população. Na ótica do candidato mesmo ao lado está um exemplo de uma política diferente da maioria, referindo-se ao caso do complexo ecomonumental das Sete Fontes. “O projeto das Sete Fontes não avança porque está em causa gente que tem poder, este aqui avançou. O projeto do Parque Norte [onde foi construída a Cidade Desportiva do SCB] arranjou-se uma utilidade pública rapidamente porque estava em causa gente com muito poder económico e financeiro. Isto é, de facto, uma política duvidosa”, insiste o bloquista.
Em matéria de mobilidade, António Lima refere que o partido apresenta-se para “fazer uma cidade onde as pessoas gostem de viver e vivam com qualidade de vida, ao contrário do que vai acontecer na Rua Luís Soares Barbosa”. Acusa os sucessivos executivos de “terem horror ao vazio” e de uma política de “em qualquer espaço que surja há um monstro para colocar lá”. “Em vez de termos uma cidade onde seja agradável viver, temos um labirinto insuportável e irrespirável”, prossegue.
Outra matéria que estará no centro da campanha do Bloco de Esquerda é a habitação e as famílias com dificuldades financeiras para corresponder aos preços de mercado. Com a lista de espera na Bragahabit a aumentar “sucessivamente”, o candidato bloquista constata que no município, e a curto prazo, “não se vê uma solução para essas pessoas”. Além disso, a lista “será sempre muito maior”, uma vez que muitos, nomeadamente imigrantes, não se candidatam “e vivem aos magotes espalhados pela cidade”.
Em matéria de transporte público, o Bloco de Esquerda não acredita na concretização de qualquer linha do BRT nem na possibilidade de se apresentar como a resolução do problema da mobilidade na cidade de Braga. António Lima defende também que “não se pode adaptar a cidade aos autocarros, os autocarros é que têm que se adequar à cidade”, dando exemplos de autocarros a fazer curvas em cima de passeios [por falta de espaço]. Na parte velha da cidade, o BE sugere, por isso, que se coloquem autocarros “pequenos em vagas sucessivas”. Diz também que “não é necessário nenhum BRT” e ainda que tenha sido lançado agora para aproveitar verbas do PRR “nada disso vai ser feito”.
António Lima classifica ainda como “aberração” o projeto anunciado esta semana para o Campo da Vinha, notando que se trata de “deitar dinheiro fora” já que não prevê retirar “os mamarrachos”.
Alexandra Vieira garante BE a defender as pessoas na Assembleia Municipal de Braga
Alexandra Vieira regressa à campanha autárquica pelo BE agora na qualidade de candidata à Assembleia Municipal. A docente que já foi deputada dos bloquistas na Assembleia da República explica que se apresenta para continuar o trabalho que tem sido feito nas assembleias. “O bloco tem sido a voz que leva os problemas [à AM] como é exemplo a instalação do Supera. Várias vezes os deputados municipais levaram esta problemática que nunca foi acolhida pelo executivo nem pela assembleia. Isto é o contrário de fazer cidade. É construir cidade contra as pessoas. O BE quer manter o compromisso de ajudar e contribuir para fazer cidade com as pessoas e nunca contra as pessoas”, declara.
