CMB diz que obra do Supera está parada “há 3 dias úteis para introdução da estacaria”

Segundo o executivo liderado por Ricardo Rio a obra do complexo Supera está parada há três dias úteis para introdução da estacaria.
Alguns dos moradores da rua Luís Soares Barbosa, que contestam a obra desde o início, partilharam vídeos onde é possível ver água acumulada e adiantam que a obra está parada há “cerca de um mês e meio”.
O assunto foi levantado pelos vereadores da oposição na reunião de Câmara desta segunda-feira.
O presidente Ricardo Rio nega que o intervalo de tempo seja tão alargado. “A informação que os serviços de fiscalização que estão a acompanhar a obra receberam é de que teria havido uma pausa nos trabalhos para a introdução da estacaria. Há um sub-empreiteiro que tem que ser mobilizado para esse efeito, para depois ser instalada a grua que vai dar sequência à obra, mas não há questão nenhuma de dificuldades técnicas ou de excesso de água”, sublinhou o autarca.
Segundo Rio, “está tudo a decorrer dentro do normal”. “A informação que a Câmara tem é de que não há águas públicas a passar naquele local. A questão das águas coloca-se a dois níveis: do ponto de vista administrativo, para saber se tudo o que ali está a ser executado está devidamente licenciado e a comportar aquilo que são os requisitos para áreas potencialmente inundáveis; do ponto de vista técnico, sobre as condições de execução da própria obra”. “Numa e noutra dimensão, até ao momento, não há nada que diga que a obra não está a ser executada em conformidade”, explicou.
Ricardo Rio recusa-se a “fazer juízos sobre a normalidade ou a anormalidade da água, porque naquela zona houve água”. “Os problemas que referidos em relação aos prédios que se implantaram exatamente no mesmo local, foram sendo resolvidos ao longo do tempo. Portanto, aquilo que nós esperamos é que também em relação a esta obra, tudo que sejam questões do ponto de vista técnico, sejam também resolvidas”, acrescentou.
Do ponto de vista urbanístico, o autarca garante que “está tudo em conformidade e devidamente licenciado”.
Oposição pede comunicação mais clara sobre obra contestada desde o início
As explicações surgem na sequência de questões levantadas pela oposição.
Ricardo Sousa, do PS, considera que a comunicação em torno desta empreitada não tem sido clara e que deviam ser usados os “canais de comunicação internos da Câmara, porque é um assunto que se arrasta e as dúvidas persistem”. “O executivo acredita que aquela água não tem nada a ver com uma ribeira aqui ali está, portanto deveria fazer todos os esforços para acalmar aquela comunidade e comprovar que de facto não há ali uma ribeira e não passar a responsabilidade sempre para terceiros”, denotou.
Ricardo Sousa acredita que o estudo que está a ser desenvolvido pela UMinho “vai ajudar a acalmar a população, porque valida de facto um pensamento, mas, mesmo assim, há ali preocupações ambientais graves que devem ser respondidas da melhor forma”.
Para Vítor Rodrigues, vereador da CDU, “dada a natureza da obra, a controvérsia que causou, o investimento que provocou entre os moradores daquela zona, seria necessário que não fosse apenas registado quase como um ato administrativo aquilo que não é”. “Registámos a questão de o buraco que lá está aberto, cheio de água, aliás, merecia algum esclarecimento. Esperamos que não existam outras novidades, mais à frente”, denotou o comunista.
Quanto ao estudo da UMinho, “mais do que saber se existe a ribeira, há um curso de água que toda a gente reconhece que foi entubado”. “Há uma questão que para nós nunca ficou suficientemente clara: se o entubamento que permite dizer que a água está a mais de 5 metros da obra foi feito antes ou depois do projeto, mas, mais do que isso, o que é certo é que continua a haver afluência de águas e isso pode ter consequências no futuro”, disse ainda Vítor Rodrigues.
A obra do complexo Supera voltou a ser tema na reunião do executivo municipal.
A Universidade do Minho está a elaborar um estudo para comprovar se existe ou não água proveniente de uma conduta pública naquele espaço.
