“A transição energética não pode descartar um investimento em centrais hidroelétricas”  

“Portugal deve apostar nas centrais hidroelétricas pois só assim será possível uma resposta rápida a acontecimentos como o que se verificou” esta segunda-feira, 28 de abril. Quem o diz é José Luís Afonso, professor do Departamento de Eletrónica Industrial da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (UMinho).


Ainda assim, o especialista considera que dada a gravidade da situação “Portugal, sozinho, foi mais rápido que Espanha a regularizar toda a produção” de energia, mesmo que Espanha tenha recebido ajuda de França e Marrocos. “Demorou mais do que aconteceu em anos anteriores, mas a partir do momento em que começamos a transição para as energias renováveis e fechamos centrais termoelétricas (…) isso tem o seu impacto e, um deles, é este. A rede elétrica portuguesa agora não é tão robusta. A transição tem de ser feita com passos muito seguros, porque se não podemos ter problemas como este”, argumenta.

Na opinião do docente da academia minhota “é muito importante que esta transição seja acompanhada de uma aposta muito forte nas centrais hidroelétricas para ter capacidade para uma resposta rápida”, continua. Ainda de acordo com José Luís Afonso, provavelmente “um dos problemas foi o facto de segunda-feira ter sido um dia com muito pouco vento e os parques eólicos pouco contribuíam para a produção de energia”. E insiste, apesar de ser um forte defensor das energias renováveis, as centrais hidroelétricas “são fundamentais”, dando um exemplo prático e próximo de Braga: “A central hidroelétrica do Alto Lindoso em 90 segundos, um minuto e meio, consegue disponibilizar potência nominal e isso contribui para uma maior estabilidade do sistema elétrico português”, refere também.

“Num mundo em que mais de 80% da energia produzida e conduzida vem de combustíveis fósseis, uma transição rápida teria como resultado um mundo elevado à miséria. Essa transição pode e deve ser feita [e em Portugal por mais um motivo, porque Portugal é dependente do exterior em energias fósseis]”, evidencia também, ainda que com algumas garantias alternativas.

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Elsa Moura
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