Hospital de Braga já está a operar com recurso a robô cirúrgico

Chama-se DaVinci o sistema robótico adquirido pela Unidade Local de Saúde de Braga e, esta manhã, esteve a assistir duas prostatectomias radicais, focadas no tratamento de homens com cancro da próstata. 

Emanuel Carvalho Dias, urologista da ULS Braga e responsável pelas primeiras duas intervenções cirúrgicas, explica à RUM que “no caso da próstata, é muito importante fazer a cirurgia de forma mais delicada”, uma vez que envolve nervos “importantes para dois mecanismos fisiológicos de um homem: a continência urinária e a função erétil”. 


O especialista acrescenta que esta intervenção “é a última grande evolução na história da cirurgia e permite fazer aquilo que a cirurgia laparoscópica já fazia, ou seja, operar através de pequenos orifícios, ainda mais pequenos em alguns casos, mas passar instrumentos que tenham uma articulação e uma flexibilidade enorme e permitem, por isso, aceder-se a sítios com uma grande facilidade e destreza que os instrumentos da cirurgia laparoscópica não permitiam”.


Além disso, fornece ao cirurgião uma imagem “melhor do que aquilo que o próprio olho humano consegue mostrar”, sublinha o médico. Sobre o procedimento, Emanuel Carvalho Dias descreve que “o cirurgião não está diretamente em contacto com o doente”. Fica “à distância, numa consola, onde executa movimentos que vão ser mimetizados pelo robô que está ligado ao doente”. 


O cirurgião é quem executa todos os gestos e o robô apenas vai executar os gestos que o cirurgião faz, só que esses gestos têm um grau de movimento muito grande, o que permite aceder e ser muito minucioso na forma como se executa, por exemplo, a dissecção de um órgão como a próstata, que foi o caso desses que começámos a fazer no Hospital de Braga”, conclui. 

O sistema robótico DaVinci, o mais avançado da atualidade, é composto por quatro braços giratórios e elevatórios e pinças de alta precisão e flexibilidade, e permite uma abordagem cirúrgica segura e minimamente invasiva. A chegada do robô cirúrgico insere-se numa estratégia de atualização das infraestruturas tecnológicas da ULS Braga, que recentemente investiu em dois angiógrafos, duas ressonâncias magnéticas e uma TAC (Tomografia computadorizada), num investimento global de 9 milhões de euros financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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Ariana Azevedo
Ariana Azevedo

Jornalista na RUM

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Abel Duarte
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