Em três anos, número de alunos no Ensino Profissional na região do Ave baixou 15%

Estudo realizado pela CIM do Ave e Universidade do Minho.

Há uma quebra de 15% no número de alunos inscritos no Ensino Profissional nos últimos três anos na região do Ave. Esta quebra resulta da falta de informação das famílias para perceberem que os cursos também dão acesso ao Ensino Superior e da necessidade de afinar a oferta educativa àscarências das empresas.

Estas são as principais conclusões do estudo de antecipação das necessidades de qualificação

na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave (Guimarães, Famalicão, Fafe, Cabeceiras de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vizela, Vieira do Minho e Mondim de Basto), realizado em conjunto com a Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, e que foi apresentado esta quinta-feira.


Entre os anos letivos de 2018/19 e 2021/22, o número de alunos matriculados em cursos profissionais na CIM do Ave caiu de 5.468 para 4.637. Além do impacto da quebra demográfica – particularmente visível em Fafe (-38%), Vieira do Minho (-56%) e Mondim de Basto (-34%), com uma queda expressiva nas matrículas – a falta de orientação vocacional e os estigmas sociais associados ao Ensino Profissional são apontados como fatores determinantes para a crise de atração.

O docente da UMinho, João Cerejeira, um dos responsáveis pelo estudo, explica à RUM que identificaram “um conjunto de áreas prioritárias para os próximos anos, grande parte delas ligadas à necessidade da reindustrialização da Europa”. “O Ave já é, por excelência, um território industrial, mas a reconversão, seja das empresas dos setores tradicionais seja com o aparecimento de empresas em novos setores, também irá resultar numa necessidade de quadros qualificados para essas mesmas atividades”, refere.

Falta de mobilidade, de informação e preconceitos afastam jovens do Ensino Profissional. “Não podemos dizer que o ensino profissional é para todos, até porque há uma variedade muito grande de opções em termos de cursos. O que podemos dizer é que é uma via possível e os dados mostram que tem níveis de empregabilidade superiores a quem fica pelo ensino secundário apenas com o curso científicohumanístico, e que tem níveis de remuneração, em algumas áreas, superiores a quem tira alguns cursos superiores em algumas áreas menos atrativas do mercado”, acrescenta.


O estudo recomenda a criação de um fórum intermunicipal para monitorizar as necessidades de qualificação, o reforço da mobilidade estudantil e maior articulação entre escolas e empresas, designadamente “promovendo estágios e formação prática alinhados com as exigências do mercado”. É sublinhada ainda a necessidade de “investir na inovação curricular e na modernização das infraestruturas de ensino, de melhorar o financiamento das Escolas Profissionais e de instituir maior exigência na sua qualidade pedagógica”.

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Maria Carvalho
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