Investigador da UMinho distinguido com bolsa de 1,2 ME

André Gonçalves, formado em Física pela Universidade do Minho, foi distinguido com a bolsa Young Investigator da Fundação Villum, no valor de 1.2 milhões de euros.

Nos próximos cinco anos, na Dinamarca, o investigador tentará perceber como é que a luz e a matéria se comportam à escala nanométrica. 

Com 34 anos e natural de Vieira do Minho, André Gonçalves é licenciado em Física pela Escola de Ciências da UMinho, mestre em Física Teórica pela Universidade do Porto e doutorado em Física pela Universidade Técnica da Dinamarca (DTU). Foi ainda investigador pós-doutorado na Universidade do Sul da Dinamarca e no Instituto de Ciências Fotónicas em Barcelona (ICFO). Desde este mês, André Gonçalves é professor de Física Teórica e Computacional na Universidade do Sul da Dinamarca.

Investigou ainda no Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, no Centro de Física da UMinho e UPorto, na Universidade Ludwig Maximilian de Munique (Alemanha), no prestigiado MIT – Massachusetts Institute of Technology (MIT) e, nos últimos anos, no ICFO (Espanha). Soma prémios pela UMinho, Fundação Gulbenkian, DTU, Springer Nature e Sociedade Europeia de Física, além de dois livros publicados e 35 artigos em revistas científicas internacionais.

 “Estou entusiasmado por agora voltar à Dinamarca, onde irei liderar uma equipa independente com o objetivo de aprofundar a nossa compreensão sobre as interações luz-matéria à nanoescala, e estudar novas oportunidades para controlá-las de um modo sem precedentes”, explica.

Embora o foco inicial seja teórico, o físico admite poder abrir caminhos para novos dispositivos quânticos e circuitos optoeletrónicos ultrarrápidos e de alta densidade para uso em várias tecnologias de ponta e em comunicações. Por exemplo, melhorar a atual resolução de espaço-energia-tempo em várias microscopias e espetroscopias, desenvolver sensores biológicos e químicos ultrassensíveis ou estimular aplicações totalmente novas que ainda não conseguimos prever.

“Acredito que a investigação fundamental é um motor de descobertas inovadoras e um pré-requisito para gerar novas tecnologias, que, em última análise, beneficiam toda a sociedade; neste caso, as interações luz-matéria têm um papel central em praticamente todas as áreas científicas e tecnológicas”, sublinha André Gonçalves, a viver em Copenhaga. A sua bolsa Villum Young Investigator irá permitir o recrutamento para o projeto de dois doutorandos e de um pós-doutorando. A palavra-chave é “tunelamento”, ou seja, um processo mecânico quântico em que uma partícula passa por uma barreira que, segundo a física clássica, não deveria ser capaz de atravessar. André Gonçalves quer alavancar o potencial do tunelamento quântico para estudar e controlar interações luz-matéria à verdadeira nanoescala, isto é, na ordem do nanómetro (mil milhões de vezes mais pequeno do que o metro). Para tal, investigará nanoestruturas feitas de novos materiais que suportam polaritões, isto é, quasipartículas híbridas que são parte luz, parte matéria: “Isso permitir-nos-á explorar novos fenómenos optoelectrónicos, desvendar a resposta de vários tipos de nanomateriais que exibem propriedades complexas e melhorar as espectromicroscopias existentes”, detalha.

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Liliana Oliveira
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